Eis que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, solta a bomba: votou pela absolvição de Alexandre Ramagem em três crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República. Não é pouco, não. O ex-diretor da Polícia Federal respira aliviado — pelo menos em parte — nessa trama que mistura política, supostas rachadinhas e uma porção de alegações.
Fux, que é o relator do caso, simplesmente descartou as acusações de advocacia administrativa, corrupção e organização criminosa. Sim, leu direito. Três crimes sumiram do mapa graças ao seu voto. Mas calma, não é vitória completa: o ministro manteve a investigação por obstrução de Justiça. Ou seja, o baile não acabou.
O contexto aqui é pesado. Ramagem era diretor-geral da PF no governo Bolsonaro e, segundo a PGR, protegia o clã presidencial de investigações. Tinha até suposta estrutura de espionagem montada dentro da polícia. Coisa de filme, só que real — e com consequências sérias.
Fux não comprou a narrativa. Disse que não havia indícios fortes o suficiente para sustentar a acusação de corrupção. E sobre a tal organização criminosa? Nem viu estrutura hierárquica ou divisão de tarefas — elementos essenciais pra configurar o crime.
Mas aí vem a obstrução de Justiça. Aqui, o ministro enxergou coisa. Citou suposto desvio de finalidade em ações da PF, como a operação que vazou dados sigilosos de investigações contra familiares de Bolsonaro. Jogada suspeita, na visão dele.
O placar agora está em 1 a 1 no STF. Fux absolve em três frentes, mas mantém uma. E os outros ministros? Têm que entrar no jogo agora. Dias Toffoli já adiantou que acompanha Fux — então a tendência é que Ramagem escape das acusações mais graves.
Resta saber como fica a imagem da PF depois disso tudo. Uma instituição tão importante pro país envolvida em acusações de manipulação política… é de cortar o coração. E o público? Cada vez mais desconfiado.
Parece roteiro de série, mas é a nossa política — complexa, cheia de idas e vindas, e sempre surpreendente.
