
O placar estava definido antes mesmo da votação começar, mas não deixou de ser histórico. Nesta quarta-feira, Flávio Dino – aquele mesmo que até pouco tempo atuava no Executivo – conquistou a presidência da Primeira Turma do STF. E olha que coisa: por aclamação, sem nenhum voto contrário.
Parece que o ministro, que chegou ao Supremo em um daqueles momentos políticos mais tensos, conseguiu cativar seus pares. Quem diria, não? De ex-ministro da Justiça a presidente de uma das instâncias mais importantes do Judiciário em tempo recorde.
O que muda na prática?
A Primeira Turma não é qualquer coisa. Ela julga – pasmem – cerca de 90% dos processos que chegam ao Supremo. Desde casos individuais até temas que afetam a vida de milhões de brasileiros. E agora Dino estará no comando dessa máquina.
Alguns juristas mais tradicionais torcem o nariz, claro. Dizem que ele é 'muito político' para o cargo. Mas outros lembram que sua experiência no Executivo pode trazer uma visão mais... digamos, pé no chão para as decisões.
E os bastidores?
Nos corredores do STF, o clima é de expectativa. Dino substitui o ministro Luiz Fux, que completou seu tempo no cargo. A transição deve ser tranquila – pelo menos é o que todo mundo espera.
O interessante é que essa eleição acontece num momento delicado para as relações entre os Três Poderes. O Supremo anda no olho do furacão de várias polêmicas. Dino, com seu jeito sometimes controverso, certamente não passará despercebido.
Resta saber como ele equilibrará sua conhecida combatividade com a discrição que o cargo às vezes exige. Uma tarefa das mais complexas, convenhamos.
Uma coisa é certa: o STF nunca será o mesmo depois disso. E o Brasil, muito menos.