Fachin Assume o STF com Elogio Explícito a Moraes: 'Merece Nossa Saudação e Solidariedade'
Fachin assume STF com defesa de Moraes

O Plenário do Supremo não era o mesmo desta terça-feira. Havia um ar diferente, quase solene, quando Edson Fachin subiu à tribuna para assumir o que muitos chamariam de 'o cargo mais quente do Judiciário brasileiro'. E suas primeiras palavras já deixaram claro: não seria um discurso qualquer.

'O ministro Alexandre de Moraes merece nossa saudação e solidariedade'. A frase, dita com convicção, ecoou pelo salão e certamente deve ter feito alguns torcerem o nariz por aí. Mas Fachin não parecia disposto a fazer rodeios. Ele sabe — todos sabemos — que o colega tem sido alvo de críticas ferrenhas nos últimos tempos.

Um momento delicado para a Justiça

O novo presidente do STF assume em um daqueles períodos que historiadores futuros provavelmente estudarão com atenção redobrada. O país ainda respira os ares de uma polarização que parece não dar trégua, e o Judiciário — o Supremo em particular — tornou-se alvo preferencial de ataques.

Fachin, com sua experiência de mais de oito anos na corte, parece entender perfeitamente o tamanho do desafio. Em seu discurso, não hesitou em defender o que chamou de 'Estado Democrático de Direito'. Soa como obviedade? Talvez. Mas nos dias atuais, até o óbvio precisa ser dito em alto e bom som.

O legado de Rosa Weber

Antes de falar de seus próprios planos, o ministro fez questão de reconhecer o trabalho da antecessora. Rosa Weber, que agora se aposenta, deixou 'contribuições fundamentais' — segundo Fachin. Um gesto de cortesia protocolar, sim, mas que também revela algo sobre seu estilo: aparentemente, ele valoriza a continuidade institucional.

E que continuidade seria essa? Bem, se depender das palavras do novo presidente, o STF seguirá firme na defesa da Constituição. 'Cumpriremos nosso papel', garantiu, sem entrar em detalhes sobre quais exatamente seriam os principais desafios dos próximos meses.

Os olhos do país sobre o Supremo

Enquanto Fachin falava, era impossível não pensar nas inúmeras questões polêmicas que aguardam julgamento. Temas que dividem opiniões, acirram ânimos e — por que não dizer? — rendem manchetes diárias nos noticiários.

O novo presidente, no entanto, preferiu não antecipar posicionamentos. Manteve-se no terreno dos princípios, da defesa da democracia e do respeito às instituições. Uma postura prudente, sem dúvida, mas que deixa muitas perguntas sem resposta.

Uma coisa, porém, ficou clara: Fachin não parece ter medo de polêmica. Ao elogiar publicamente Alexandre de Moraes — figura que se tornou praticamente um símbolo das divisões políticas atuais — ele enviou uma mensagem inequívoca sobre solidariedade institucional.

Resta saber como essa postura se traduzirá na prática, nos votos, nas decisões que afetam milhões de brasileiros. O tempo, como sempre, dirá.