
Numa daquelas reviravoltas que só a política proporciona, Eduardo Bolsonaro — o deputado federal que herdou do pai não só o sobrenome, mas também o talento para polêmicas — soltou fogos nesta quinta. O motivo? A sanção aplicada por ninguém menos que Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
"Sensação de missão cumprida", disparou o parlamentar, com aquele jeito despojado que ou encanta ou irrita — não há meio-termo. E olha que a declaração veio carregada de simbolismo: era a conexão direta entre o bolsonarismo e o trumpismo, dois movimentos que parecem compartilhar mais do que um estilo confrontador.
O que está por trás da comemoração?
Trump, aquele sujeito que nunca foi de seguir protocolos, decidiu incluir Moraes numa lista de "pessoas não gratas" — algo sobre "ataques à democracia". Coincidência ou não, o ministro do STF virou alvo preferencial da direita brasileira depois de decisões polêmicas envolvendo investigações contra bolsonaristas.
Eduardo, claro, não perdeu a chance de cutucar a onça com vara curta: "Quando líderes mundiais reconhecem o que acontece no Brasil, fica claro que não estamos sozinhos nessa batalha". A frase, dita com ar de quem acabou de ganhar um round, ecoou rápido nas redes — para alegria de alguns, desespero de outros.
E os bastidores?
Entre um cafezinho e outro nos corredores do Congresso, comentava-se que a movimentação de Trump pode ter sido um aceno aos aliados brasileiros. Ou seria apenas mais um capítulo daquela velha história onde política externa e política doméstica se misturam como água e óleo?
O certo é que, enquanto uns comemoram como se fosse gol nos acréscimos, outros torcem o nariz. "Isso aí é teatro geopolítico", resmungou um senador que preferiu não se identificar — porque, convenhamos, nesse tabuleiro de xadrez, às vezes é melhor ser peão discreto que rei exposto.