
O clima no PT mineiro anda quente, pra não dizer outra coisa. E digo isso porque Edinho Silva, o ministro das Cidades — e figura de confiança de Lula — resolveu botar ordem na casa. A missão? Garantir que a turma de Minas dance conforme a música que vem de Brasília.
Nada de rebeldias ou desvios de rota. A orientação é clara: alinhamento total com a cúpula nacional. E quando um ministro baixa a cartilha, não é pra ignorar. A reunião que rolou essa semana não foi nada casual — foi um recado, na veia.
O jogo político por trás do alinhamento
Quem acompanha política sabe que Minas não é um tabuleiro qualquer. É peso pesado. E ter o PT local alinhadinho com o Planalto não é mero capricho — é estratégia pura. Edinho, com seu jeito mineiro-calculista, sabe disso melhor que ninguém.
Não se trata apenas de obediência cega. É sobre não dar brecha para dissidências, não criar caso em público e, claro, não embaraçar a presidente Gleisi Hoffmann — que também não está pra brincadeira.
O partido, como qualquer família grande, tem suas panelinhas, seus descontentes e aqueles que preferiam outro caminho. Mas a ordem, agora, é clara: ou todo mundo rema pro mesmo lado, ou a canoa vira.
Os descontentes e o preço da unidade
Claro que nem todo mundo ficou feliz. Há quem resmungue pelos corredores, quem ache que Minas deveria ter mais autonomia, quem discorde silenciosamente — ou nem tão silenciosamente assim.
Mas a realidade é outra. Na política, como no futebol, time que não se entende perde jogo. E o PT não pode se dar ao luxo de perder em Minas. Não agora.
O que Edinho fez, no fundo, foi um trabalho de contenção. Algo como “vamos fechar a fileira, pessoal, porque a hora é séria”. E quando um ministro fala, ainda mais um dos mais próximos de Lula, a plateia ouve.
Resta saber se a estratégia vai colar — ou se as panelinhas internas vão ferver até transbordar.