CPI da Previdência: Parlamentares que atacam Moraes aprovam 21 prisões sem explicar motivos
CPI do INSS: 21 prisões aprovadas sem explicações

Eis que a política brasileira nos presenteia com mais um daqueles capítulos que deixam até o mais experiente analista de plantão coçando a cabeça. A CPI do INSS, que já nasceu sob holofotes, decidiu dar um passo... digamos, ousado.

Num reviravolta que não saiu nem no script dos mais cínicos, parlamentares que há tempos vociferam contra o ministro Alexandre de Moraes – aquele mesmo do STF, sabe? – aprovaram, num passe de mágica, nada menos que 21 prisões. O detalhe que salta aos olhos? A quase total falta de detalhes sobre os motivos que justificariam tamanha medida.

Parece irônico, não parece? A mesma turma que berra aos quatro ventos sobre a necessidade de transparência e contra supostos abusos de autoridade, agora assina embaixo de decisões severíssimas com uma explicação que beira o vago. A coisa foi tão na surdina que até quem acompanha o dia a dia do Congresso ficou surpreso.

O que realmente aconteceu na comissão?

A sessão foi daquelas para ficar na história. Os parlamentares, muitos deles ferrenhos críticos do que chamam de "ativismo judicial" do Supremo, votaram a favor de medidas coercitivas duríssimas. Prender pessoas, gente! E não foi uma ou duas, foram vinte e uma ordens de prisão aprovadas de uma vez só.

O mais intrigante – e aqui a gente tem que fazer aquela cara de perplexo – é a quase ausência de argumentos sólidos tornados públicos. Cadê a fundamentação minuciosa que tanto exigem de outros? Pois é... parece que sumiu.

Não me entendam mal. A CPI do INSS tem um trabalho importante pela frente, investigando um rombo bilionário que afeta a vida de milhões de brasileiros. Mas será que o caminho é replicar aquilo que se critica? A pergunta que fica no ar é mais incômoda: isso é firmeza na investigação ou mera cortina de fumaça para outros interesses?

O silêncio eloquente sobre os fundamentos

O que mais salta aos olhos de qualquer observador é a gritante contradição. Como conciliar discursos inflamados em defesa das liberdades individuais com a aprovação em bloco de prisões sem uma divulgação clara dos motivos? Alguém aí está feeling the irony?

Parece que a máxima "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" está em pleno vigor no planalto. Enquanto isso, a população fica ali, na plateia, tentando entender as regras de um jogo que parece mudar a cada jogada.

O resultado prático? Uma sensação generalizada de que a política continua sendo um terreno pantanoso, onde nem sempre os princípios anunciados são os mesmos praticados nos corredores do poder.