
Eis que a Câmara resolveu passar a batata quente adiante. Numa jogada que mistura burocracia com um certo cheiro de "farinha pouca, meu pirão primeiro", a Mesa Diretora decidiu que não vai ser ela a apontar quem deve ser punido pela baderna de 8 de janeiro.
Quem segura esse rojão agora? Uma comissão externa. Isso mesmo, aquelas que normalmente ficam encarregadas de investigar desde o preço do feijão até escândalos internacionais. Parece aquela história de "vamos formar uma comissão" quando ninguém quer tomar a decisão difícil.
O jogo das cadeiras musicais
Arthur Lira, que normalmente não tem medo de polêmica, dessa vez parece ter preferido não queimar o filme. A decisão foi tomada após muita enrolação — e olha que estamos falando de políticos, então imagina o nível da enrolação.
Detalhe curioso: a própria Mesa que agora lava as mãos foi quem indicou os membros da tal comissão. Conveniente, não? É como se o juiz escolhesse o júri e ainda dissesse "o problema agora é de vocês".
E os envolvidos?
Enquanto isso, os deputados que estiveram no centro do furacão em janeiro — alguns até filmados dando abraços em invasores — devem estar torcendo para que essa comissão seja mais enrolada que rolo de filme antigo. A lista dos possíveis punidos inclui desde os mais barulhentos até aqueles que preferiram ficar no "fogo amigo".
O regulamento da Câmara prevê de advertência até a perda do mandato. Mas entre o que está no papel e o que acontece na prática... bem, todo mundo sabe que existe um oceano de diferença.
Agora é esperar para ver se essa comissão vai agir como juíza imparcial ou como aquela tia que sempre acha um jeitinho de não brigar com ninguém na família. O prazo? Até 45 dias. Mas considerando o ritmo das coisas em Brasília, talvez seja melhor não segurar a respiração.