
Não é segredo para ninguém que o clã Bolsonaro gosta de fazer barulho. Mas dessa vez, parece que a estratégia vai além dos discursos inflamados e das polêmicas nas redes sociais. Segundo fontes próximas ao círculo familiar, há um movimento — discreto, porém consistente — para criar algo que, nas palavras de um assessor, seria um "judiciário sob medida".
O que isso significa na prática? Bom, imagine um cenário onde decisões judiciais começam a espelhar, com uma precisão quase suspeita, os interesses de um grupo político. Conveniente, não?
Os Bastidores da Articulação
Carlos Bolsonaro, o "02" da família, tem sido peça-chave nesse tabuleiro. Com reuniões em gabinetes discretos e almoços que duram mais que o necessário, ele tece uma rede de contatos dentro do judiciário. O alvo? Magistrados que, digamos, não veem com maus olhos a agenda bolsonarista.
Não se engane: não se trata de um plano caricato, daqueles que aparecem em filmes B. É mais sutil — e por isso mesmo, mais perigoso. Estrategistas políticos ouvidos sob condição de anonimato comparam a tática a "semear jardineiros em um jardim alheio".
O Perigo da Politização da Toga
Juristas progressistas já soam o alarme. "Quando o poder político tenta domesticar o judiciário, a democracia entra em coma induzido", dispara um professor de direito constitucional da USP, que prefere não se identificar. Ele teme um "efeito dominó": uma vez aberta a porteira, outros grupos podem seguir o mesmo caminho.
Do outro lado, aliados do ex-presidente argumentam que tudo não passa de "garantir equilíbrio" em um judiciário que, em sua visão, pende para a esquerda. "É só contraposição", defende um deputado bolsonarista, enquanto ajusta a gravata com nervosismo visível.
O Jogo de Xadrez Institucional
Enquanto isso, no STF, os ministros assistem ao movimento com desconfiança crescente. Há rumores — ainda não confirmados — de que algumas indicações para cargos-chave estão sendo "filtradas" por critérios políticos. Se isso for verdade, estamos falando de uma mudança silenciosa, porém radical, nas regras do jogo.
E o pior? Pode funcionar. Como me disse um velho jornalista político, enquanto tomávamos um café amargo: "No Brasil, as revoluções mais perigosas não vêm com tiros, mas com canetas".
O que você acha? Estamos testemunhando os primeiros passos de uma guinada autoritária ou apenas mais um capítulo da turbulência política brasileira? Uma coisa é certa: o termômetro da democracia está subindo — e não é febre de crescimento.