
Eis que a cena se desenrola longe dos holofotes dos tribunais. Enquanto o plenário do TSE se preparava para mais um capítulo do intenso julgamento que pode definir os rumos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o protagonista mesmo não deu as caras. Preferiu ficar na dele, em casa, acompanhando tudo de longe — bem longe mesmo.
E não foi por falta de convite, não. A justificativa, pasmem, veio de dentro de casa. Quem explicou a situação foi o senador Flávio Bolsonaro, que soltou a bomba: o pai simplesmente não está com saúde suficiente para bancar o que ele chamou de "teatro político" que o julgamento se tornou. A fala é pesada, e revela um clima de tensão que vai muito além dos autos processuais.
O Drama nos Bastidores
Imaginem a cena: o ex-mandatário da nação, uma figura sempre tão performática, optando pelo silêncio e pela recolhimento. Flávio foi categórico ao dizer que o pai está acompanhando cada movimento, cada votação, cada argumento — mas da tela de um computador, não da cadeira de réu. É uma inversão e tanto de papéis.
E olha, a coisa tá feia. A fala do filho não poupa críticas. Ele não só defende a decisão do pai como ataca diretamente o que entende ser uma encenação dos adversários. "Não é fácil ver seu pai sendo alvo de tanto desgaste, ainda mais quando a saúde não ajuda", disparou, num misto de preocupação filial e revolta política. Soa genuíno, mas também soa como estratégia.
O que Está em Jogo?
O julgamento no TSE não é brincadeira não. Pode ter consequências sérias, das que mudam biografia. E o fato de Bolsonaro não estar presente fisicamente — ainda que juridicamente permitido — é um prato cheio para interpretações. Uns vão ver fragilidade real, outros vão gritar que é manobra para gerar comoção. O Brasil, como sempre, dividido.
E no meio disso tudo, a pergunta que fica é: até que ponto a saúde é realmente o impeditivo, ou será um movimento calculado para evitar o constrangimento de uma eventual condenação ao vivo? Flávio, é claro, nega veementemente a segunda opção. Jura de pés juntos que é só uma questão de preservar o bem-estar do pai.
Uma coisa é certa: o episódio joga mais lenha na fogueira da polarização que já virou marca registrada do país. De um lado, os que veem um homem frágil; de outro, os que enxergam um estrategista. No fim, a história vai registrar apenas o resultado. O resto? O resto é drama.