
Parece que alguém em Brasília está tentando vender geladeira para esquimó. A ideia de uma anistia geral para Jair Bolsonaro, que circula nos corredores do poder, está sendo recebida com mais ceticismo que promessa de político em ano eleitoral.
Não é difícil entender o porquê. A Constituição Federal, aquela que todo juiz tem na cabeceira, não é exactly um manual de instruções para perdoar figuras políticas em apuros. Na verdade, ela é bastante clara – e teimosa – quando o assunto é responsabilização.
O que dizem os especialistas?
Conversamos com três constitucionalistas que praticamente riram da proposta. "Juridicamente, é como tentar enfiar um elefante num fusca", brincou um deles, antes de explicar que anistia geral só funciona para crimes comuns, não para os tipos de ilícitos que Bolsonaro enfrenta.
O Supremo Tribunal Federal, diga-se de passagem, não parece estar no mood para brincadeiras. Os ministros têm demonstrado tanta flexibilidade com esse tema quanto um poste de concreto.
E o Congresso Nacional?
Ah, o Congresso... Essa casa que às vezes parece mais um reality show que um parlamento. Mesmo que alguém consiga engavetar a vergonha e propor tal medida, as chances de aprovação são aproximadamente equivalentes às de nevar no Rio em janeiro.
A oposição, obviamente, trataria a proposta como declaração de guerra. E mesmo aliados – aqueles que ainda restam – hesitam em associar seus nomes a algo tão controverso.
O timing não ajuda
Brasília vive um momento peculiar. O clima político está mais carregado que ar antes de tempestade. Propor anistia agora seria como jogar gasolina na fogueira – e todo mundo sabe como termina essa história.
Além do mais, o eleitorado parece não ter muita paciência para manobras que cheiram a impunidade. Nas redes sociais, a reação tem sido... bem, digamos que não é positiva.
No final das contas, essa tal proposta de anistia parece mais wishful thinking que estratégia política real. Algo saído da terra da fantasia, onde consequências jurídicas são opcionais e a Constituição é meramente decorativa.
Mas hey, em Brasília, nunca se sabe. O inesperado às vezes acontece – mas desta vez, as apostas estão firmes no "não vai rolar".