
O cenário político no Acre para 2026 começa a desenhar um roteiro surpreendente, e os primeiros números são, para muitos, um verdadeiro terremoto. Uma sondagem recente do instituto Paraná Pesquisas, realizada entre 10 e 14 de maio, coloca o deputado federal Alan Rick (União Brasil) na dianteira da disputa pelo Palácio Rio Branco. O parlamentar alcançou 28,5% das intenções de voto, um percentual que, convenhamos, não é nada desprezível tão longe do pleito.
Em segundo lugar, mas já com uma distância considerável, aparece David Hall (PSDB), que registrou 11.4%. A diferença é significativa, claro, mas a eleição está longe – muito longe – de ser uma caminhada tranquila para Rick. A verdade é que a maior fatia do eleitorado, impressionantes 43,2%, ainda se declara indecisa ou simplesmente não soube responder. Isso é um oceano de votos em aberto, capaz de virar qualquer jogo.
Os Outros Competidores e a Força da Indecisão
E o resto do tabuleiro? Bem, a situação atual do governo não parece ter encontrado um herdeiro claro. O nome associado ao governador Gladson Cameli, o ex-prefeito de Rio Branco Marcus Alexandre (MDB), praticamente não emplacou, ficando com apenas 1,9%. Um sinal de desgaste? Muito provavelmente. A população parece estar cansada do mesmo de sempre, buscando um novo caminho – e Rick, neste momento, surfaria essa onda.
Não se pode ignorar, no entanto, a força abissal dos indecisos. Quase metade do eleitorado não se convenceu com nenhum dos nomes apresentados. Isso deixa a disputa completamente aberta, um verdadeiro quebra-cabeça onde qualquer movimento mal calculado pode custar caro. A eleição, na prática, ainda nem começou de verdade.
Rejeições: O Calcanhar de Aquiles de David Hall
Um dado que salta aos olhos dos mais experientes é o índice de rejeição. David Hall, apesar do segundo lugar, carrega uma taxa de rejeição altíssima: 47,2%. Quase um em cada dois acreanos diz que não votaria nele de jeito nenhum. É um fardo pesadíssimo para carregar numa campanha.
Alan Rick, por outro lado, navega em águas mais tranquilas neste quesito, com uma rejeição de 28,1%. Menos conhecido, talvez, mas também menos queimado junto ao eleitorado. Essa pode ser sua maior vantagem estratégica – a capacidade de atrair eleitores de diversos espectros sem o estigma da impopularidade.
O que isso tudo significa? Bom, é cedo para cantar vitória, obviamente. Mas uma coisa é certa: Alan Rick conseguiu, pelo menos por enquanto, se colocar como o principal nome da oposição, a grande alternativa à situação. O Acre, tradicionalmente um estado com sua própria dinâmica política, parece ansioso por uma renovação. Resta saber se Rick conseguirá manter esse fôlego ou se outros nomes emergirão desse mar de indecisos. A corrida, definitivamente, promete.