
Eis uma reviravolta que poucos esperavam. A Venezuela, depois de anunciar uma bomba tributária que deixou empresários brasileiros de cabelo em pé, simplesmente deu marcha-ré. Aquele imposto absurdo — que chegava a 77% sobre alguns produtos — foi pro saco. Alguém avisa o setor exportador pra respirar aliviado?
Parece que a razão (ou o desespero) falou mais alto. O governo de Nicolás Maduro vinha enfrentando críticas até dentro de casa. A indústria venezuelana, já combalida, reclamou que a medida seria um tiro no pé — ou melhor, no peito. Afinal, o Brasil é um dos poucos que ainda mantém relações comerciais significativas com o país.
O jogo virou
Detalhe curioso: a revogação saiu discretamente no Diário Oficial venezuelano, sem alarde. Nada daquela fanfarra típica de governos autoritários quando "corrigem" seus próprios erros. Quase como se quisessem que ninguém percebesse o vacilo monumental.
E olha que a coisa estava feia:
- Carnes brasileiras seriam taxadas em 31%
- Laticínios levariam uma facada de 77%
- Até medicamentos entrariam na dança, com 30% de sobretaxa
Imagina explicar isso pra população que já sofre com desabastecimento? Parece piada de mau gosto, mas foi proposta séria — por pouco tempo, graças a Deus.
E agora, José?
Analistas cochicham nos corredores que a pressão interna foi decisiva. A indústria alimentícia venezuelana, que depende de insumos brasileiros, ameaçou parar. Sem falar nos caminhoneiros, sempre prontos para protestos que paralisam estradas.
Mas tem um detalhe saboroso nessa história toda: o timing. A revogação veio dias antes de uma reunião crucial do Mercosul. Coincidência? Difícil acreditar. Parece mais um recado — meio desajeitado, mas recado — de que a Venezuela ainda quer manter pontes com seus vizinhos.
E você, o que acha? Foi realismo econômico ou puro cálculo político? Uma coisa é certa: nesse xadrez geopolítico, até os peões às vezes conseguem dar xeque.