
Eis que Donald Trump surge novamente no cenário internacional com uma daquelas propostas que fazem o mercado tremer. Dessa vez, o alvo é algo que toca a vida de todo mundo: os remédios.
Num movimento que pegou muitos de surpresa — embora, vamos combinar, com Trump sempre devemos esperar o inesperado — o ex-presidente americano anunciou que pretende impor uma tarifa de cem por cento sobre todos os produtos farmacêuticos importados pelos Estados Unidos. Cem por cento! É como dobrar o preço daquilo que mantém milhões de pessoas vivas.
O que significa essa bomba relógio?
Pense bem: os EUA são um dos maiores consumidores globais de medicamentos. Essa medida não afetaria apenas os americanos, mas criaria um efeito dominó em cadeias de suprimento mundo afora. A indústria farmacêutica internacional, que já opera com margens complexas, teria que repensar totalmente suas estratégias.
E olha que interessante: Trump justifica a medida como forma de proteger a indústria doméstica americana. "Temos que produzir nossos próprios remédios", disse ele, num tom que mistura protecionismo econômico com preocupação com a segurança nacional. Mas será que essa é a melhor forma de fazer isso?
As possíveis consequências
- Preços nas nuvens: Medicamentos essenciais poderiam se tornar artigos de luxo
- Guerra comercial sanitária: Outros países poderiam retaliar com medidas similares
- Inovação em risco: Pesquisas que dependem de colaboração internacional sofreriam
- Accesso limitado: Populações mais vulneráveis seriam as mais afetadas
Não é exagero dizer que estamos diante de uma proposta que pode mudar o jeito como o mundo encara a saúde global. E o timing? Bom, com as eleições americanas se aproximando, muitos veem nisso uma jogada política para agradar sua base eleitoral.
O que me preocupa, particularmente, é que discussões sobre saúde normalmente deveriam transcender ideologias. Mas parece que cada vez mais estamos medicalizando até mesmo as relações internacionais.
Restam dúvidas sobre como isso seria implementado na prática — Trump sempre foi mais do discurso impactante que dos detalhes operacionais. Mas o recado está dado: o comércio global de medicamentos pode estar prestes a enfrentar seu maior terremoto em décadas.