
Numa virada que deixou muitos de boca aberta — e outros tantos em estado de choque —, Donald Trump resolveu cutucar a ferida geopolítica com vara curta. Durante um comício que mais parecia um reality show de alta tensão, o ex-presidente dos Estados Unidos disparou uma ordem direta aos aliados da OTAN: chega de comprar petróleo da Rússia. Sim, leu bem. E não foi um pedido educado.
Não contente em apenas sugerir, Trump foi além. Deu um prazo. Alertou que, caso os países continuem a abastecer seus tanques com combustível russo, sofrerão retaliações. E das pesadas. Não detalhou o quê, mas deixou claro que não seria nada agradável.
O tom foi de ultimato. Puro e duro.
Não é de hoje que ele critica a dependência europeia do gás e do petróleo vindos de Moscou. Mas desta vez, o recado soou diferente — mais como uma ameaça real do que como bravata eleitoral. Algo como: “parem de bancar o inimico ou a conta vai chegar”.
E aí, é claro, a pergunta que não quer calar: como é que a Europa vai fazer isso? Todo mundo sabe que vários países do bloco ainda dependem — e muito — da energia russa. Cortar de uma hora pra outra não é como desligar um interruptor. É mais como frear um trem-bala com os pés.
Mas Trump não parece muito disposto a ouvir desculpas.
Ele reforçou, ainda, que os Estados Unidos estão de olho. E que não vão fechar os olhos para quem continuar a “fomentar a máquina de guerra de Putin”. Palavras dele, não minhas.
O discurso ocorreu num momento delicadíssimo. A guerra na Ucrânia completa anos — sim, anos — sem previsão de trégua. E o apoio financeiro e militar ao governo ucraniano segue como um dos pontos mais sensíveis da política internacional.
Enquanto isso, na OTAN, o clima é de desconforto. Alguns líderes já sinalizaram desconforto com a postura agressiva de Trump, especialmente porque ele não ocupa mais cargo oficial nenhum. Mas é inegável: sua influência ainda pesa. E como.
O que vai acontecer se países como Alemanha, Itália ou até mesmo a França ignorarem o alerta? Bom, isso ninguém sabe. Mas uma coisa é certa: Trump não costuma ameaçar à toa.
Resta agora aos europeus decidirem como lidar com mais este capítulo turbulento nas relações transatlânticas. Vão ceder à pressão? Arriscar represálias? Ou encontrar uma saída diplomática que não deixe ninguém — nem Putin, nem Trump — totalmente satisfeito?
Como diria meu avô: tem chão pela frente. E desse, cheio de pedras.