
O clima nas capitais ocidentais é de apreensão. E não é para menos. A Rússia de Vladimir Putin deu o pontapé inicial em um vasto e ambicioso exercício militar, um verdadeiro teste de força que abrange várias frentes. O timing, convenhamos, não poderia ser mais sensível.
O que está em jogo? Basicamente, tudo. As manobras, batizadas de ‘exercício tático’ com mísseis, não são um simples treino de rotina. Incluem, e isso é o que mais assusta os estrategistas, a simulação do emprego tático de armas nucleares. Sim, leu bem. Armas nucleares. Um jogo de xadrez onde as peças são ogivas e o tabuleiro, o continente europeu.
Uma Resposta em Cadeia
Do outro lado, a Aliança Atlântica não está a brincar. A OTAN, claro, não ficou parada a assistir. Já havia iniciado suas próprias manobras, a Steadfast Defender, que já são as maiores décadas. Mas a jogada russa elevou a parada consideravelmente. É como se dois gigantes estivessem a medir forças, cada um mostrando os músculos, sem querer ceder um centímetro.
E onde a Ucrânia se encaixa nisso tudo? No centro. Sempre no centro. O Ministério da Defesa russo foi claro—e isso soou quase como uma ameaça velada—ao afirmar que o objetivo é preparar tropas para “garantir a soberania” do país face a “possíveis provocações”. Uma linguagem carregada, que muitos interpretam como um aviso direto à NATO e ao apoio ocidental a Kyiv.
O Cenário Mais Sombrio
O que realmente tira o sono dos analistas? A proximidade física. Parte significativa deste exercício acontece… adivinhe? Na vizinha Belarus, um aliado-chave de Moscovo. É praticamente na fronteira com a Polónia, um membro fundamental da OTAN. Estamos a falar de tropas, equipamento pesado e simulações bélicas a escassos quilómetros do território da aliança.
Não é exagero. É uma situação de alta voltagem que relembra os piores momentos da Guerra Fria. Qualquer movimento em falso, qualquer interpretação errada de um sinal de radar, pode ter consequências impensáveis. A diplomacia está a trabalhar horas extras, mas o ruído de sabres é ensurdecedor.
O mundo prende a respiração. Mais uma vez.