
Da revolta popular ao regime dos aiatolás: a origem do conflito entre Irã e Israel
A tensão entre Israel e Irã tem raízes profundas, que remontam à Revolução Islâmica de 1979. O que começou como uma insatisfação popular contra o Xá Reza Pahlavi transformou-se em um dos eventos mais marcantes do século XX, alterando para sempre o equilíbrio de poder no Oriente Médio.
O cenário pré-revolucionário
Na década de 1970, o Irã vivia sob uma monarquia absolutista apoiada pelos Estados Unidos. O Xá implementava reformas modernizantes, mas sua política era marcada por:
- Repressão violenta a opositores
- Concentração de riqueza
- Ocidentalização forçada que ofendia valores islâmicos tradicionais
O estopim da revolução
Em janeiro de 1978, protestos eclodiram após a publicação de um artigo difamando o Aiatolá Khomeini, então no exílio. A violenta repressão governamental apenas alimentou a revolta, que ganhou:
- Apoio de estudantes e intelectuais
- Adesão da classe trabalhadora
- Solidariedade internacional
A ascensão de Khomeini
Retornando do exílio em fevereiro de 1979, Khomeini capitalizou o descontentamento popular para estabelecer uma república islâmica. Suas primeiras medidas incluíram:
- Implementação da lei sharia
- Perseguição a opositores
- Hostilidade declarada a Israel e EUA
O legado da revolução no conflito atual
Quatro décadas depois, o regime iraniano mantém sua postura anti-israelense, financiando grupos como o Hezbollah. A tensão nuclear e os confrontes regionais mostram que as consequências da revolução de 1979 continuam moldando um dos conflitos mais explosivos do mundo.