
O clima na fronteira leste da Polônia está, digamos, mais elétrico do que um fio de alta tensão. E não é para menos. Nesta terça-feira (10), o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, soltou um aviso que ecoou por todos os cantos da Europa: a Polônia está pronta para reagir, e rápido, se qualquer drone russo ousar cruzar a sua fronteira.
Nada de meias palavras. A declaração foi um recado direto e duro, dado durante uma coletiva de imprensa em Varsóvia. Tusk deixou claro que o país não vai ficar observando passivamente—se um drone identificado como russo violar o espaço aéreo polonês, a resposta será militar. Ponto final.
O que está por trás do aviso?
Parece que a paciência simplesmente se esgotou. Nos últimos tempos, os poloneses têm registrado um aumento absurdo nessas intrusões. São drones—e por vezes até mísseis—que, vindos dos ataques russos na Ucrânia, acabam ‘escapando’ e entrando no território da Polônia, que é membro da OTAN. Uma situação delicadíssima, que coloca todo mundo em alerta máximo.
Não é de hoje que essa região vive sob tensão. Desde que a guerra na Ucrânia começou, em 2022, os países vizinhos—especialmente a Polônia—têm sentido na pele os reflexos do conflito. E agora, com essa escalada, a coisa ficou ainda mais séria.
E a OTAN nisso tudo?
Boa pergunta. A Aliança Atlântica já foi acionada—e mais de uma vez, diga-se de passagem. A Polônia não está sozinha nessa. O que está em jogo, na visão de Tusk, é a credibilidade da própria OTAN. Se os países-membros não se defenderem de ameaças diretas, que mensagem isso passa ao mundo? Algo como ‘pode vir que a casa está aberta’? Não é o caso da Polônia, definitivamente.
O primeiro-ministro foi enfático: a segurança coletiva é um pilar, mas a autodefesa é inegociável. E os poloneses estão mostrando que não vão esperar por uma reunião de emergência para tomar uma atitude—se for preciso, agem primeiro e explicam depois.
Enquanto isso, do outro lado, o governo russo segue negando que haja qualquer intenção de atacar a Polônia. Dizem que é tudo ‘histeria ocidental’. Mas, convenhamos, depois de tudo que aconteceu, quem vai arriscar acreditar nisso?
A verdade é que a situação está longe de ser resolvida. E cada drone que surge no radar é mais um teste—não só para a Polônia, mas para toda a aliança militar ocidental. O que vai acontecer se um desses drones for abatido? Ninguém sabe ao certo, mas uma coisa é clara: a Polônia não está de brincadeira.