O clima em Washington está pesado, para dizer o mínimo. Nesta quinta-feira, algo incomum agitou os corredores do Pentágono: o secretário de Defesa, Lloyd Austin, deu ordem de convocação para uma reunião de emergência. E não foi qualquer chamado.
Estamos falando da reunião de centenas – sim, centenas – dos oficiais mais graduados das Forças Armadas dos Estados Unidos. Todos os chefes dos estados-maiores dos diversos comandos espalhados pelo globo receberam a convocação. Um movimento desse porte, feito de forma tão repentina, não é algo que se veja todos os dias. Isso, é claro, acendeu um sinal de alerta geral.
O que está por trás da convocação?
O porta-voz do Pentágono, major-general Pat Ryder, saiu para acalmar os ânimos – ou tentar. Ele confirmou o encontro, marcado para esta sexta-feira, mas foi evasivo quanto aos detalhes. Disse apenas que é uma "sessão de alinhamento" sobre assuntos de "importância crítica". Vago, não?
O que se sabe, de concreto, é que a reunião será virtual. E é classificada. Isso significa que o público, e a imprensa, ficarão de fora do que realmente será discutido. Ryder emendou que Austin quer "garantir a unidade de esforço" diante dos "desafios de segurança contemporâneos". Uma linguagem diplomática que pode esconder de tudo um pouco.
O silêncio que fala mais alto
É justamente a falta de transparência que alimenta a especulação. Especialistas em política externa já levantam hipóteses. Seria uma resposta a uma nova inteligência sobre alguma ameaça iminente? Uma escalada inesperada em algum dos conflitos que os EUA monitoram? Ou talvez uma revisão de estratégia diante de tensões geopolíticas que parecem só aumentar?
O fato é que, em tempos de guerra na Ucrânia e conflito no Oriente Médio, qualquer movimento brusco da maior máquina militar do mundo chama a atenção. E preocupa. Reuniões de rotina não são convocadas assim, de um dia para o outro, envolvendo todo o alto-escalão.
O Pentágono tenta passar a imagem de business as usual. Mas a urgência do chamado conta outra história. Uma história que, por enquanto, permanece detrás de portas fechadas e sob classificação. O mundo aguarda, de olho, para ver o que esse súbito alinhamento de generais e almirantes pode significar para os rumos globais. A esperança, claro, é que seja apenas precaução. A dúvida, no entanto, persiste.
