
Não é todo dia que um ex-ministro da Saúde e figura política de peso como Alexandre Padilha é submetido a um escrutínio tão intenso em uma viagem internacional. Mas foi exatamente o que aconteceu.
Ao desembarcar em solo norte-americano, Padilha se deparou com um protocolo de restrições que, pasmem, superou em rigor até mesmo aquele aplicado a cidadãos de nações como Cuba e Rússia. Sim, você leu certo: mais severo que para pessoas de países sob pesadas sanções dos EUA.
O que realmente aconteceu no aeroporto?
Segundo relatos, o tratamento foi, no mínimo, peculiar. Enquanto viajantes com passaportes de outros países — incluindo aqueles com relações historicamente tensas com Washington — passaram por procedimentos relativamente padrão, o ex-ministro foi conduzido a uma sala separada para uma «conversa» mais detalhada.
Nada de violência, claro, mas uma certa atmosfera de desconfiança que não passou despercebida. Algo do tipo: «Por que tanto interesse em um político brasileiro?»
Contexto político: só coincidência?
Padilha, hoje senador e com uma trajetória que inclui passagem pelo Planalto, não é exatamente um desconhecido no jogo geopolítico. Sua atuação durante a pandemia e seu alinhamento a certas pautas progressistas podem, quem sabe, ter atraído um olhar mais atento.
Mas daí a justificar um tratamento diferenciado (e mais rígido) que o destinado a cidadãos de países sob embargo… é de se levantar as sobrancelhas. Será que estamos falando de critérios de segurança ou de nuances políticas?
E as explicações?
Até agora, silêncio. Nada de posicionamentos oficiais que esclareçam o ocorrido. Sabe aquele tipo de situação em que ninguém assume a autoria, mas todo mundo desconfia? Então.
Especialistas em relações internacionais já começam a especular: será um sinal de mudança na política migratória dos EUA para com representantes de governos de esquerda na América Latina? Ou apenas um episódio isolado, desses que acontecem sem muito explicação?
O fato é que o caso abre um precedente preocupante. Se um político com trajetória transparente e passaporte diplomático é alvo desse tipo de medida, o que esperar para outros brasileiros?
Resta acompanhar os desdobramentos — e torcer para que a diplomacia brasileira faça aquela pergunta chave: «What’s going on?»