Parece que a sorte não está mesmo do lado de Javier Milei. O presidente argentino, aquele da personalidade explosiva e das ideas libertárias radicais, levou mais uma rasteira do Senado. E dessa vez, foi feio.
O projeto que ele tentou empurrar – um tal de «Ley de Incentivos Fiscais» para tentar comprar uma trégua com os governadores das províncias – simplesmente naufragou. Os senadores nem sequer se deram ao trabalho de discuti-lo a sério. Arquivo na gaveta, e ponto final.
Um gesto que saiu pela culatra
A ideia era simples, até ingênua: oferecer benefícios fiscais em troca de apoio político. Uma moeda de troca, sabe como é? Mas os governadores, espertos como são, olharam a proposta com desconfiança. Muitos acharam que era pouco – quase um insulto, diriam alguns – e outros simplesmente não confiam no governo central. Resultado? Rejeição total.
Não é a primeira vez que Milei esbarra no Congresso. Longe disso. Desde que assumiu, sua relação com o Legislativo é mais gelada que inverno na Patagónia. Desta vez, porém, a derrota foi ainda mais simbólica. Um sinal claro de que sua estratégia de apaziguamento… bom, não colou.
O que isso significa para a Argentina?
Em resumo: mais instabilidade. Milei prometeu mudanças radicais, mas sem apoio no Congresso, fica difícil governar. O país segue dividido, a economia pressionada, e o presidente… bem, o presidente parece cada vez mais encurralado.
Alguns analistas já falam em isolamento político. Outros, em crise de governabilidade. Eu digo que é o preço de apostar tudo no confronto e esquecer que política, no fim das contas, é feita de acordos.
E agora, o que vem por aí? Milei deve radicalizar ainda mais o discurso? Ou tentará novas – e talvez mais sábias – aproximações? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: o jogo político argentino está longe de ter um vencedor.
