Mauro Vieira na ONU: agenda diplomática e a batalha para reduzir tarifas internacionais
Mauro Vieira na ONU: agenda comercial em foco

Nova York virou palco de uma jogada estratégica do Itamaraty nesta semana. Enquanto os holofotes globais se voltam para a Assembleia Geral da ONU, Mauro Vieira — sim, aquele mesmo que parece ter um estoque infinito de gravatas sóbrias — está fazendo malabarismos entre discursos formais e reuniões nos bastidores.

O ministro das Relações Exteriores chegou com uma missão dupla: representar o Brasil no tabuleiro geopolítico e, de quebra, tentar desenroscar aquela velha discussão sobre tarifas comerciais que emperra nossas exportações. Não é moleza.

O jogo das cadeiras giratórias

Entre um café requentado e outro, Vieira tem se reunido com representantes de países que, digamos, não são exatamente fãs do nosso café (no sentido comercial, claro). Fontes próximas ao ministério comentam, com certa ironia, que ele parece ter desenvolvido um talento especial para "falar de números sem parecer um contador".

Os principais alvos? Estados Unidos, China e União Europeia — o triângulo das Bermudas onde muitas negociações comerciais desaparecem sem deixar rastro. A estratégia, segundo entendidos, é usar o peso político do momento para:

  • Reduzir as barreiras para produtos brasileiros
  • Destravar acordos parados há anos
  • Colocar o Brasil no radar como parceiro confiável

Não vai ser um passeio no parque. A equipe econômica do governo já avisou: "Ou a gente resolve isso agora, ou vamos continuar exportando a preço de banana". E olha que eles nem estavam falando de commodities agrícolas quando soltaram essa.

Além dos discursos oficiais

Enquanto os teleprompters rolam com falas sobre paz mundial (óbvio), nos corredores do prédio da ONU rola um jogo diferente. Mauro Vieira tem marcado encontros bilaterais que duram exatamente 17 minutos — tempo suficiente para o café esfriar, mas não para a paciência se esgotar.

"É como dançar tango com três parceiros ao mesmo tempo", brincou um assessor, pedindo anonimato. "Só que ninguém combina os passos antes."

O que está em jogo? Basicamente, bilhões em trocas comerciais que poderiam injetar fôlego na economia brasileira. E, convenhamos, depois do ano que tivemos, qualquer ajuda é bem-vinda.