
Enquanto o mundo esperava por mais um capítulo de polarização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu nesta terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas. Diferente do esperado teatro de confrontos, seu discurso — um verdadeiro exercício de diplomacia em tempos sombrios — focou em três pilares absolutamente cruciais para nosso futuro coletivo.
E olha, a ausência de menções diretas ao seu principal opositor global, Donald Trump, não passou despercebida. Em vez de alimentar a máquina de choque, Lula escolheu outra arena: a da construção de consensos. Foi quase tático, sabe? Um silêncio que falou mais alto que qualquer acusação.
O Grito pela Palestina: Um Chamado à Razão
Sem meias palavras, o mandatário brasileiro defendeu com unhas e dentes a criação imediata de um Estado palestino. Mas não foi só o de sempre. Ele foi além, mergulhando na raiz do problema: a ocupação israelense, que ele não hesitou em classificar como um dos maiores obstáculos para a paz duradoura na região.
«Como podemos aceitar que gerações inteiras cresçam sob a sombra da violência, sem horizonte de paz?», questionou, num momento de rara clareza moral. Sua fala ecoou no salão não como mais um discurso, mas como um lembrete urgente de que a comunidade internacional não pode mais fechar os olhos.
Democracia: Muito Mais que um Slogan Vazio
Aqui, Lula foi sagaz. Em vez de pregar para convertidos, ele trouxe a discussão para o campo tangible — a vida real das pessoas. Democracia, para ele, não é só voto. É acesso a comida no prato, é emprego digno, é poder viver sem medo da violência ou da opressão.
Num recado claro aos autoritários de plantão, ele afirmou: «Governos que oprimem seu próprio povo estão fadados ao fracasso histórico.» Forte, direto e… necessário.
A Emergência Climática: O Inimigo Comum
Talvez o ponto mais consensual de sua fala, mas nem por isso menos passionais. Lula colocou a crise climática como uma ameaça transversal, que ignora fronteiras e ideologias. E criticou — ah, como criticou! — a lentidão criminosa das nações ricas em assumir sua responsabilidade histórica.
«Não há tempo a perder com negacionismos ou meias-medidas», alertou, defendendo uma transição justa que não deixe ninguém para trás, especialmente os países em desenvolvimento.
No fim das contas, o que ficou foi a imagem de um líder buscando reposicionar o Brasil no tabuleiro global. Não através de bravatas, mas com propostas. Um discurso que provavelmente não agradará aos extremos, mas que pode, quem sabe, falar à imensa e cansada maioria que ainda acredita no diálogo.