Irã exige responsabilidade dos EUA por ataques antes de retomar diálogo nuclear
Irã condiciona diálogo nuclear a responsabilidade dos EUA

O Irã não vai sentar à mesa para discutir seu programa nuclear de boa vontade — e quem diz isso são os próprios iranianos, com todas as letras. A condição? Que os Estados Unidos assumam, de uma vez por todas, a responsabilidade pelos ataques sofridos pelas instalações do país nos últimos anos.

Não é de hoje que essa história anda pegando fogo. Desde que o acordo nuclear de 2015 começou a desmoronar — graças, em grande parte, à saída dos EUA em 2018 —, as relações entre os dois países parecem um cabo de guerra sem fim.

O que está por trás do impasse?

Segundo fontes próximas ao governo iraniano, há uma lista não tão secreta de incidentes que Teerã quer ver reconhecidos. Sabotagens, ataques cibernéticos, explosões misteriosas em centrífugas... Tudo isso, é claro, negado veementemente por Washington.

"Não vamos discutir nosso direito à energia nuclear com quem destrói nossas instalações e depois vem com discurso de paz", disparou um diplomata iraniano sob condição de anonimato. A fala, ácida, reflete o clima tenso que persiste.

E os EUA nessa história?

Do outro lado do oceano, o Departamento de Estado prefere não comentar as acusações diretamente. Mas não é difícil ler nas entrelinhas: enquanto o Irã continuar enriquecendo urânio além dos limites do antigo acordo, a pressão econômica e política deve continuar — com ou sem ataques nas sombras.

Curiosamente, essa teimosia mútua já dura mais que algumas novelas mexicanas. E o pior? Quem paga o pato é a chamada "comunidade internacional", que assiste à escalada com um misto de preocupação e cansaço.

Enquanto isso, as centrifugadoras iranianas não param de girar. Literalmente.