
Quem diria que um simples play no botão poderia transportar a gente para um passado tão pesado? O PlayPlus acaba de soltar um documentário que é um soco no estômago — mas também um colírio pra alma. Hiroshima e Nagasaki, 80 anos depois daqueles dias que o mundo nunca esqueceu, estão vivas. E como!
Dá pra acreditar que essas cidades, que viraram sinônimo de destruição total, hoje são exemplos de resiliência? O doc mostra ruas movimentadas, parques cheios de crianças brincando (sim, crianças!), e até uma vida noturna que deixaria muita capital brasileira no chinelo. Mas calma, não é só festa.
As cicatrizes que ficaram
Algumas coisas nunca vão embora. O documentário não esconde os vestígios — aquele prédio meio esqueleto que ficou de pé de propósito, os museus que contam histórias de quem não sobreviveu pra contar. Dá um nó na garganta ver os hibakusha (sobreviventes das bombas) contando seus causos com uma tranquilidade que a gente não entende como é possível.
E olha só que interessante: enquanto Hiroshima virou quase um símbolo da paz mundial — todo político que se preza já posou pra foto no Memorial da Paz — Nagasaki preferiu outro caminho. Lá, o foco foi na reconstrução mesmo, no concreto, no "vamo que vamo". Dois temperos bem diferentes pra lidar com a mesma tragédia.
O que mais choca no documentário?
- As árvores que sobreviveram: Tem umas figueiras que levaram a bomba de frente e tão aí até hoje, verdinhas. Natureza é foda, né?
- Os objetos derretidos: Relógios parados exatamente no horário da explosão dão um arrepio na espinha.
- O contraste geracional: Enquanto os velhos ainda tremem ao lembrar, os jovens japoneses muitas vezes sabem menos da história que os turistas.
Pra quem acha que documentário histórico é coisa chata, esse aqui vai mudar sua mente. Tem drama, tem superação, tem até umas cenas que dariam um ótimo filme de ficção — se não fossem reais demais. O diretor acertou em cheio ao misturar imagens de arquivo (daquelas que a gente vê e pensa "putz") com depoimentos emocionados de quem viveu pra contar.
E aí, vai encarar? O documentário já tá rolando no PlayPlus, e digo logo: não é pra assistir de barriga vazia. A gente sai dessa viagem no tempo com fome de paz — e com um respeito danado por essas cidades que renasceram das cinzas, literalmente.