
O tabuleiro geopolítico global parece mais emperrado do que um relógio parado. A notícia que corre nos corredores diplomáticos é clara: não espere ver Donald Trump, Volodymyr Zelenski e Vladimir Putin partilhando um café e um aperto de mãos tão cedo. A ideia de um encontro tripartido, que alguns chegaram a vislumbrar como uma luz no fim do túnel, simplesmente não está na mesa. E olha, duvido muito que entre.
O que isso significa na prática? Bom, com os três gigantes — EUA, Rússia e Ucrânia — praticamente travados num impasse de vontades e egos, os holofotes se voltam com uma intensidade quase cruel para a velha Europa. A União Europeia, aquela entidade que às vezes parece se perder em sua própria burocracia, agora é pressionada a sair da retranca e assumir um papel de liderança na garantia da segurança ucraniana.
O Vácuo de Poder e a Hora da Europa
É um daqueles momentos decisivos, sabe? Aquele ponto de virada que os historiadores vão analisar daqui a décadas. Com a administração americana — seja por cálculo político ou por uma postura mais isolacionista — relutante em se meter a fundo no imbróglio, criou-se um vácuo. E a natureza, assim como a política internacional, tem horror ao vácuo.
Os europeus, portanto, se veem numa encruzilhada histórica. Eles podem preencher esse espaço, oferecendo não apenas apoio verbal, mas garantias concretas e robustas de que a Ucrânia não ficará à mercê da vontade do Kremlin. Ou podem hesitar, e assistir a tudo se desfazer. A pressão, diga-se de passagem, é colossal.
Não se engane: assumir esse papel vai muito além de assinar um cheque. Implica um compromisso militar, político e econômico de longo prazo, algo que mexe com os fundamentos da própria estrutura de defesa europeia. É uma aposta altíssima.
Os Personagens e seus Dilemas
E onde ficam os principais envolvidos nesse drama?
- Trump: O ex-presidente americano, uma figura sempre imprevisível, parece preferir manter seu próprio jogo, distante de um acordo que poderia, no fim das contas, não render os louros políticos que ele deseja.
- Zelenski: O presidente ucraniano, é claro, precisa desesperadamente de qualquer tipo de âncora de segurança, seja de quem for. Mas depender exclusivamente da Europa é um risco calculado, considerando as divisões internas do bloco.
- Putin: O líder russo… bem, ele provavelmente vê a relutância americana e a hesitação europeia como uma vitória tática. Divide e conquista, a estratégia é antiga, mas eficaz.
No fim do dia, a sensação é de que estamos num daqueles filmes de suspense onde o herói ainda não decidiu se vai entrar na fria. A Europa precisa decidir, e rápido. O mundo está olhando.