E lá vamos nós de novo. Numa jogada que já começa a soar como um disco riscado – mas com consequências humanitárias devastadoras – os Estados Unidos enterraram mais uma tentativa das Nações Unidas de parar a carnificina em Gaza.
Foi o sexto veto. Sim, você leu direito: a sexta vez que o país desfila seu poder no Conselho de Segurança para bloquear um apelo internacional por um cessar-fogo. Dessa vez, a resolução era encabeçada pela Argélia e carregava a urgência de um desastre que já matou milhares.
O embaixador americano na ONU, Linda Thomas-Greenfield, justificou a medida dizendo que Washington está trabalhando numa proposta «sustentável»… porque aparentemente, cessar-fogos imediatos são coisas muito passageiras para a diplomacia. Enquanto isso, no chão de Gaza, a noção de «sustentabilidade» se resume a sobreviver mais um dia.
E o resultado? Isolamento. Uma vergonha internacional, diriam alguns. O veto foi solitário – apenas os EUA contra o mundo, com o Reino Unido se abstendo. Treze dos quinze membros do Conselho votaram a favor. Até mesmo aliados tradicionais parecem estar perdendo a paciência com a teimosia americana.
O que isso significa na prática?
Traduzindo: enquanto a máquina diplomática gira em círculos em Nova York, bombas continuam caindo. Hospitais sem recursos, famílias despedaçadas, uma geração inteira traumática. A ONU alerta para uma fome iminente. E o poder de veto – aquele privilégio de segunda guerra que poucos têm – mostra-se, mais uma vez, capaz de trancafiar a esperança.
Não é só sobre política. É sobre imagem. Cada veto é uma pá de cal na já combalida liderança global dos EUA. E é, claro, sobre vidas. Que seguem sendo interrompidas enquanto o mundo debate.
Resta saber até quando essa estratégia se sustenta. A pressão interna cresce, a opinião pública mundial boicota… mas a Casa Branca, por ora, segue firme. O que será preciso para mudar isso? Mais quantos vetos?
