
O ambiente na Assembleia Geral da ONU ficou pesado, muito pesado mesmo, quando o presidente chileno Gabriel Boric subiu ao pódio. E a bomba veio sem rodeios.
"Não vou me calar diante do que considero crimes contra a humanidade", disparou Boric, com aquela seriedade que poucas vezes se vê nos corredores diplomáticos. "E digo claramente: quero ver Benjamin Netanyahu respondendo perante um tribunal internacional."
Discurso que parou a sala
O silêncio foi quase palpável. Enquanto muitos líderes mundiais preferem o caminho da diplomacia cautelosa, Boric optou pela confrontação direta. E não foram acusações vagas - ele detalhou o que chamou de "violação sistemática dos direitos humanos" contra o povo palestino.
"Não se trata de ser contra Israel ou a favor do Hamas", explicou, fazendo questão de separar as coisas. "Trata-se de ser a favor da humanidade, ponto final."
Repercussão imediata
Logo após o discurso, as reações começaram a pipocar. A delegação israelense obviamente não gostou nada - falaram em "discurso tendencioso e perigoso". Do outro lado, grupos de direitos humanos comemoraram a coragem.
O que mais chama atenção é o timing. Boric falou poucas horas depois do próprio Netanyahu, criando um contraste deliberado. Alguém diria que foi calculado? Sem dúvida.
Mas será que essas palavras duras se traduzirão em ação concreta? Aí é que está o pulo do gato. O Conselho de Segurança da ONU continua dividido, como sempre.
Um presidente que não fala pela metade
Boric não é novato em polêmicas internacionais. Desde que assumiu, tem se mostrado disposto a quebrar protocolos quando acredita estar do lado certo da história. Desta vez, porém, elevou o tom a um patamar novo.
"Algumas situações exigem que deixemos a linguagem diplomática de lado", justificou depois a jornalistas. "Quando se trata de vidas humanas, a neutralidade é cumplicidade."
Forte, não? Pois é exatamente essa a marca do mandatário chileno - e que claramente não mudou no palco global.
Enquanto isso, a crise no Oriente Médio continua sem sinais de trégua. E discursos como o de Boric mostram que a pressão internacional só tende a aumentar. Resta saber se Netanyahu está mesmo ouvindo.