Não é de hoje que Eduardo Bolsonaro — aquele mesmo que já foi chamado de "pitbull" da família — gosta de chacoalhar o vespeiro. Dessa vez, o deputado federal decidiu cutucar a onça com vara curta ao defender, de novo, uma medida que deixaria o agronegócio brasileiro de cabelo em pé: taxar em 50% produtos nacionais exportados para os Estados Unidos.
"Tem que ser olho por olho", disparou ele durante um evento em Miami, com aquela cara de quem acabou de tomar um cafezinho carregado. O problema? A fala parece mais um tiro no pé do que estratégia — e os especialistas já estão torrando o filme.
O que está por trás da proposta?
Segundo o filho do ex-presidente, a medida seria uma resposta às "barreiras comerciais injustas" que os EUA impõem ao Brasil. Só que aqui vai o pulo do gato: enquanto ele fala em retaliação, os exportadores brasileiros suam frio. Afinal, quem paga o pato no final são justamente os produtores daqui.
Números do Ministério da Economia mostram que:
- Os EUA são o 2º maior destino das exportações brasileiras
- Só em 2024, o comércio bilateral movimentou US$ 78 bilhões
- Produtos como café, suco de laranja e carnes seriam os mais afetados
Reações à altura
Não demorou nem cinco minutos para a bancada ruralista no Congresso sair em disparada. "Isso é suicídio comercial", resmungou um deputado que preferiu não se identificar — mas deixou escapar que a proposta "cheira a populismo barato".
Do outro lado do balcão, economistas lembram que relações internacionais não são brincadeira de criança: "Quando você mexe com o bolso do Tio Sam, ele mexe com o seu — e geralmente com mais força", alerta uma especialista em comércio exterior, enquanto ajusta os óculos com ar de quem já viu esse filme antes.
E você, o que acha? Será que essa é mesmo a melhor jogada para o Brasil — ou vai ser mais um caso de "fogo amigo" que queima nossos próprios interesses?
