Renato Gaúcho Estoura: Se Despede do Fluminense e Crava o Dedo na Ferida dos 'Gênios' que Estragam o Futebol
Renato Gaúcho se despede do Flu e critica 'gênios'

Pois é, meus amigos. O velho e bom Renato Gaúcho não saiu pela porta dos fundos. Nem perto disso. Ao contrarregrar o Fluminense após a queda no Campeonato Carioca, o técnico soltou os cachorros – e que cachorros! – num desabafo que vai ecoar por muito tempo nos corredores do futebol.

Numa daquelas cenas que a gente não vê todo dia, Renato Portaluppi, aquele mesmo de tantas histórias, não economizou nas palavras. A frustração estava estampada no rosto, mas a lucidez, ah, essa estava afiadíssima. Ele não culpou só o vento, o gramado ou o azar. Foi direto ao ponto, naquele seu jeito peculiar, misturando raiva e uma ponta de desilusão.

O Adeus e a Facada Verbal

"A gente tenta, bota a cara, mas tem hora que não dá", começou ele, com a voz mais serena do que se poderia esperar. Mas aí veio o estouro. A verdadeira farpa foi reservada para o que ele chamou de "gênios" – esses personagens que, na visão dele, estão mais preocupados em inventar moda do que em deixar o jogo fluir.

Não foram críticas genéricas, não. Ele mirou bem. Falou de uma panelinha de especialistas de laboratório, de gente que acha que o futebol se resume a planilhas e estatísticas, esquecendo-se completamente da alma do negócio, daquela ginga que não se ensina em curso nenhum. "Tem gênio que acha que sabe tudo, mas nunca chutou uma bola de meia no campinho de terra", disparou, com um sorriso amargo.

E o pior? Na opinião dele, são justamente esses "entendidos" que estão, pouco a pouco, sugando a graça do esporte. Transformando uma paixão em uma equação matemática sem graça.

O Legado e a Ponta de Esperança

Mesmo na despedida, Renato não queimou a ponte. Deixou claro o carinho pela torcida tricolor, pelo clube. Disse que deixa o coração pesado, mas a consciência leve, porque deu o sangue pelo projeto. No fundo, a impressão que fica é a de um homem que ainda acredita piamente no futebol de raiz, daqueles que fazem o torcedor pular da arquibancada.

E agora, Flu? O time fica à deriva, mais uma vez na famosa busca por um rumo. Enquanto isso, Renato Gaúcho segue sua vida, levando consigo não apenas a mala, mas uma opinião forte que, com certeza, vai gerar debates acalorados. Será que ele tem razão? Será que o futebol está mesmo nas mãos de gente que não sente o seu cheiro, o seu suor?

Uma coisa é certa: o Gaúcho saiu de cena fazendo o que sempre fez de melhor – falando o que pensa, na lata, sem meias-palavras. E o esporte agradece por personagens assim, que nos lembram que, antes de qualquer número, vem o coração.