
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, apresentaram nesta semana um novo pacote fiscal com medidas para aumentar a arrecadação do governo. No entanto, a proposta já enfrenta resistência entre parlamentares.
Segundo fontes do Congresso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teria dito em reuniões fechadas que o pacote "não será bem aceito" pelos deputados. Líderes partidários também demonstraram ceticismo com algumas medidas, principalmente as que envolvem aumento de impostos.
Quais são os pontos mais polêmicos?
Entre as propostas que geram maior controvérsia estão:
- Aumento de alíquotas de alguns tributos
- Mudanças na cobrança de impostos sobre dividendos
- Novas regras para taxação de grandes fortunas
- Alterações no sistema de compensação de créditos tributários
Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que o governo terá que negociar ponto a ponto para conseguir aprovar ao menos parte do pacote. "É um ano eleitoral e os parlamentares estão sensíveis a qualquer medida que possa ser vista como aumento de carga tributária", explica o economista político Marcos Lisboa.
Impactos na economia
O pacote fiscal surge em um momento delicado para as contas públicas, com o governo buscando equilibrar o orçamento sem comprometer a frágil recuperação econômica. Analistas do mercado financeiro avaliam que a aprovação de reformas tributárias é essencial para melhorar o ambiente de negócios no país.
"Sem um ajuste fiscal consistente, o Brasil perde competitividade e fica mais vulnerável aos choques externos", alerta a economista-chefe do Banco ABC, Sandra Gomes. Ela ressalta que o Congresso precisa encontrar um meio-termo entre as necessidades do governo e as demandas da sociedade.
Nos próximos dias, o ministro Guedes deve intensificar a agenda política para tentar convencer os parlamentares sobre a importância das medidas. A batalha no Congresso promete ser acirrada.