Zema critica sigilo de Lula, mas mantém benefícios fiscais em segredo: contradição ou estratégia?
Zema critica sigilo de Lula, mas esconde benefícios fiscais

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem sido um dos principais críticos do sigilo adotado pelo governo Lula em diversas decisões. No entanto, enquanto ataca a falta de transparência federal, seu próprio governo mantém em segredo detalhes sobre benefícios fiscais concedidos a empresas no estado.

Críticas à falta de transparência

Zema tem usado suas redes sociais e entrevistas para destacar a importância da transparência na gestão pública. Ele argumenta que o sigilo em decisões do governo federal prejudica o controle social e a democracia. "A população tem o direito de saber como e por que o dinheiro público está sendo usado", afirmou recentemente.

O que Minas Gerais esconde?

Porém, o governo mineiro se recusa a divulgar informações completas sobre os incentivos fiscais concedidos a empresas através do Programa de Recuperação Fiscal (PRF). Dados parciais indicam que apenas em 2023, mais de R$ 1 bilhão em benefícios foram concedidos, mas os nomes das empresas beneficiadas e os critérios exatos para as isenções permanecem ocultos.

Justificativa do governo estadual

A assessoria de Zema argumenta que a divulgação completa poderia prejudicar a competitividade das empresas e a atração de investimentos. "Algumas informações são sigilosas por questões estratégicas", disse um porta-voz, sem detalhar quais seriam essas questões.

Especialistas apontam contradição

Para analistas políticos, há uma evidente contradição na postura do governador. "É incoerente cobrar transparência dos outros enquanto pratica o oposto", avalia a cientista política Carla Ventura, da UFMG. Ela lembra que a Lei de Acesso à Informação prevê que benefícios fiscais devem ser públicos, com exceções muito específicas.

Impacto na imagem do governador

Esta não é a primeira vez que Zema é acusado de adotar dois pesos e duas medidas. Seus opositores aproveitam o caso para questionar seu discurso de renovação política. Já seus aliados defendem que a estratégia é necessária para proteger os interesses econômicos de Minas Gerais.

Enquanto isso, organizações da sociedade civil preparam pedidos formais de acesso à informação para pressionar por maior transparência tanto no governo federal quanto no estadual.