
Não é todo dia que a Guarda Nacional é acionada para lidar com questões sociais — mas essa semana, Washington virou palco de uma medida que deixou muitos de queixo caído. Donald Trump, sempre polêmico, escalou as tropas para remover pessoas em situação de rua da capital americana. E o assunto, claro, explodiu nas redes.
"É um absurdo", diz uma assistente social que prefere não se identificar. "Em vez de investir em abrigos ou políticas de reinserção, optam pela força bruta." Do outro lado, defensores da ação argumentam que a presença massiva de sem-teto estaria "afetando a segurança e o turismo".
Operação controversa
Pelos relatos de quem viu de perto, caminhões do exército chegaram antes do amanhecer em áreas como Dupont Circle e Foggy Bottom. Sem muito alarde — mas também sem muita delicadeza —, militares orientaram (ou melhor, ordenaram) que grupos se retirassem. Alguns resistiram. A maioria, sem opção, acabou indo.
E aqui vem o detalhe mais espinhoso: para onde? Oficialmente, falam em "centros de acolhimento temporário". Só que, segundo ONGs locais, a capacidade desses locais já estava no limite semanas atrás. "É como empurrar o problema com a barriga", solta um voluntário, esfregando os olhos de cansaço.
Reações em cadeia
Nas ruas, o clima é de tensão. Nas redes, de indignação. Ativistas comparam a ação a "limpezas sociais" de regimes autoritários. Já apoiadores de Trump comemoram: "Finalmente alguém faz algo". Enquanto isso, o prefeito de Washington — que não foi consultado — promete "tomar as medidas jurídicas necessárias".
O que mais choca, talvez, seja o timing. Com eleições se aproximando, a jogada parece claramente política. "Quer mostrar mão firme", analisa um cientista político. O problema é quando mão firme vira mão pesada — e direitos básicos viram moeda de troca.
Uma coisa é certa: essa história ainda vai dar pano pra manga. Enquanto isso, famílias inteiras continuam dormindo sob viadutos — só que agora, com holofotes militares apontados para elas.