
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decidiu apertar o passo na vida política — e não é por acaso. Depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi detido pela Polícia Federal, o clima no Planalto esquentou, e Tarcísio parece estar jogando xadrez enquanto outros brincam de damas.
Nesta semana, ele cancelou dois compromissos públicos com o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Coincidência? Difícil acreditar. Fontes próximas ao Palácio dos Bandeirantes dizem que o movimento foi calculado: enquanto a poeira não baixa, melhor não se queimar com ninguém.
O jogo das cadeiras musicais
Quem acompanha política sabe — quando a casa cai, todo mundo corre para salvar o próprio pescoço. Tarcísio, que até ontem parecia um aliado moderado do governo federal, agora pisa em ovos. De um lado, Lula, que ainda segura a caneta do Orçamento. Do outro, Moraes, o juiz que virou o pesadelo dos bolsonaristas.
"Ele está numa sinuca de bico", confessa um assessor que pediu anonimato. "Se pender muito para um lado, perde apoio da base. Se ficar em cima do muro, vira alvo fácil."
A agenda que não para
Enquanto isso, o cronograma do governador parece lista de influencer fitness:
- Segunda: reunião com prefeitos do interior
- Terça: inauguração de obra em Campinas
- Quarta: almoço com empresários paulistas
- Quinta — pasmem — voo para Brasília sem aviso prévio
Detalhe curioso: na capital federal, ele evitou como diabo foge da cruz os corredores do Planalto e do STF. Preferiu bater perna no Congresso, onde os ventos sopram mais favoráveis.
Será estratégia ou instinto de sobrevivência? Na política, como no futebol, às vezes o melhor ataque é um bom recuo. E Tarcísio, ex-ministro que conhece os bastidores, parece ter aprendido a lição.