
Numa jogada que mistura diplomacia e pragmatismo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) soltou o verbo em um encontro com empresários em São Paulo. O plano? Cortar intermediários e ir direto ao ponto — ou melhor, direto aos governadores americanos.
"Cansei de rodeios", disparou ele, enquanto ajustava o microfone com aquela postura de quem não tem tempo a perder. A ideia é simples, mas ousada: durante sua próxima viagem aos EUA, Tarcísio pretende bater na porta dos líderes estaduais para vender o filé do potencial paulista.
Por que essa abordagem?
Diferente do tradicional protocolo — onde governadores se limitam a encontros com cônsules e empresários —, a estratégia do paulista é ir direto na fonte do poder decisório. Afinal, quem manda mesmo no jogo dos incentivos fiscais e infraestrutura são os governos estaduais americanos.
"Já temos contatos avançados com Texas e Califórnia", revelou, com um sorriso que denotava confiança. Mas não pense que será um passeio turístico — a agenda promete ser intensa, com reuniões marcadas a tapa.
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Os empresários presentes pareciam divididos entre o ceticismo e o entusiasmo. Um deles, que preferiu não se identificar, resmungou: "Já vi esse filme antes". Outros, porém, apostam que a abordagem "mão na massa" pode render frutos.
O timing não poderia ser melhor
Com a economia americana em modo cauteloso — e muitos estados buscando diversificar parcerias —, São Paulo surge como um parceiro cheio de atrativos. Indústria diversificada, mão de obra qualificada e, claro, esse nosso jeitinho brasileiro de fazer negócios.
"Não vamos pedir esmola", garantiu Tarcísio, num tom que misturava orgulho e ambição. "Vamos mostrar porque investir aqui é bom negócio para eles também."
Resta saber se os governadores do Tio Sam vão comprar a ideia. Mas uma coisa é certa: o paulista não vai voltar para casa sem pelo menos algumas cartas na manga.