
Parece que o assunto do momento no Congresso não é reforma tributária nem PEC — é passagem aérea. Depois daquela celeuma toda sobre isenção de tarifas para voos internacionais, alguns senadores que pisaram em solo americano recentemente saíram em defesa do benefício. Mas calma lá, não é como se fosse carta branca pra viajar à vontade.
"Foi uma situação excepcional, num contexto muito específico", diz um dos parlamentares, que prefere não gravar o nome — coisa rara em Brasília, onde todo mundo adora um holofote. Outro foi mais direto: "Isso não pode virar farra. Tem que ter critério".
O pulo do gato
O que esses senadores fizeram nos EUA? Oficialmente, missão parlamentar. Extraoficialmente... bem, aí já são outros quinhentos. O certo é que a brecha na lei permitiu que eles escapassem da tarifa especial — aquela que dói no bolso de qualquer mortal.
E olha que a justificativa tem lá seu pé no chão:
- A viagem foi a trabalho (pelo menos no papel)
- Não teve turistagem descarada — ou se teve, ninguém provou
- O custo-benefício pro erário, dizem, compensou
Mas convenhamos: quando o assunto é privilégio, o brasileiro fica com o olho mais fino que agulha. E não é pra menos.
O outro lado da moeda
Enquanto isso, na ala dos críticos, o papo é outro. "Isso cria precedente perigoso", dispara um oposicionista. "Daqui a pouco todo mundo vai querer isenção pra viajar pra Disney com a família." Duro, mas não totalmente sem razão.
O que mais chama atenção é o tom quase pedindo desculpas por ter usado o benefício. "Foi necessário", "não é regra", "precisa de fiscalização" — parece até discurso ensaiado. Será que a pressão popular começou a surtir efeito?
Uma coisa é certa: esse caso vai dar pano pra manga. Enquanto isso, o povo continua pagando tarifa cheia pra visitar a tia no interior. Justiça? Só se for na próxima vida.