
O tabuleiro político para 2026 começa a esquentar de verdade, e uma peça se move com uma estratégia que chama a atenção. Ratinho Júnior, o governador do Paraná, não está mais só no radar – ele praticamente acendeu um farol. O que parecia um devaneio distante ganha contornos cada vez mais concretos.
E o movimento é astuto. Enquanto a polarização cansa o país, ele se posiciona como a alternativa do centro. Nem lá, nem cá. Um discurso que fala em “gestão eficiente” e “pragmatismo”, termos que soam como música para um eleitorado esgotado com brigas ideológicas intermináveis. A recente articulação para emplacar um nome de consenso no TRE-PR, desviando de uma queda de braço com o TSE, foi um lance de mestre. Mostrou que ele joga o jogo, e joga para vencer.
O Agro Não é Pop, é Poder
Ah, o agronegócio. Dá para sentir o cheio de terra fresca e oportunidade política no ar. Ratinho Júnior tem cultivado esse relacionamento com uma paciência de jardineiro. Sua participação de peso no Congresso Nacional do Agro, ao lado de figuras como o ex-ministro Roberto Rodrigues, não foi mera coincidência. Foi um sinal claro. Um sinal de que a base de sustentação de uma eventual candidatura já está sendo adubada – e parece fértil.
O PSD, seu partido, observa tudo com um sorriso contido. Eles sabem que têm um trunfo nas mãos. Um político jovem, com uma máquina estadual robusta e um nome conhecido nacionalmente graças ao seu pai. A receita, é claro, lembra a de outro governador que chegou à presidência: Tasso Jereissati. A história gosta de se repetir, não é mesmo?
Os Desafios no Caminho para o Planalto
- Fora da Bolha: O desafio maior talvez seja transcender as fronteiras do Sul e Sudeste. Como fazer seu nome ecoar no Norte e Nordeste? Ainda é uma incógnita.
- O Espectro da Direita Raiz: A sombra do bolsonarismo ainda paira. Convencer essa parcela do eleitorado de que ele é a opção viável exigirá jogo de cintura.
- O Xadrez Partidário: E o Lula? E o Alckmin? O PSDB? O cenário partidário é um campo minado. Navegar por essas alianças será crucial – e extremamente delicado.
No fim das contas, Ratinho Júnior parece ter entendido que, na política, às vezes é melhor ser uma surpresa gradual do que um furacão repentino. Ele vai construindo, tijolo por tijolo, sem alarde excessivo, mas com passos firmes. O caminho até 2026 é longo e cheio de armadilhas, mas uma coisa é certa: ele não é mais apenas um coadjuvante. A plateia está de olho.