
O clima nos gabinetes com ar condicionado de Brasília deve estar de cortar a faca. Os números chegaram e, como sempre, pintam um retrato nada simples do tabuleiro político brasileiro. A pergunta que não quer calar, claro, é quem consegue irritar menos o eleitorado. E a resposta, bem, não é exatamente linear.
O Datafolha, sempre pontual nessas horas, trouxe a tona os percentuais de quem o povão definitivamente não quer nem saber na disputa presidencial de 2026. Os resultados? Alguns esperados, outros... nem tanto.
O Campeão de Indelicadezas
Vamos direto ao ponto. Jair Bolsonaro segue firme e forte no topo do pódio da impopularidade. Um sólido — ou deveríamos dizer preocupante? — 55% dos entrevistados afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum. É um número que grita, que ressoa pelos corredores do poder. Um legado pesado para carregar.
Logo atrás, mas com uma certa distância, vem o presidente Lula. Seu índice de rejeição é de 44%. Menor, sem dúvida, mas ainda assim um sinal amarelo potente para o Palácio do Planalto. Mostra que há um trabalho hercúleo pela frente para reconquistar corações e mentes.
As Surpresas do Ranking
Agora é onde a coisa fica interessante. E meio imprevisível. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, frequentemente apontada como uma cartada emocional do bolsonarismo, aparece com 35% de rejeição. Não é baixo, mas... é menor do que muita gente por aí poderia imaginar. Será o efeito ‘poupa-flor’ ou há algo mais?
Mas a verdadeira revelação — aquela que fez mais de um analista levantar a sobrancelha — veio com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O nome dele simplesmente não ecoa mal para a maioria. Apenas 25% disseram não votar nele. É o menor índice de todos! Algo que, convenhamos, joga uma luz completamente nova sobre as estratégias partidárias para daqui a dois anos.
Lendo Entre as Linhas dos Números
O que esses percentuais realmente significam? Bom, para além dos clichês, eles desenham um mapa de vulnerabilidades e oportunidades. Bolsonaro parte de uma defasagem colossal. Lula precisa girar a chave de percepção de uma parcela significativa do país. Michelle, curiosamente, parece não carregar todo o fardo do marido. E Tarcísio... ah, Tarcísio surge quase como uma lousa quase limpa.
É claro que o jogo político é dinâmico. Dois anos são uma eternidade. Um escândalo aqui, uma crise econômica ali, e tudo pode virar de cabeça para baixo. Mas os dados estão aí, frios e cruéis. Eles sussurram aos ouvidos dos estrategistas, ditando os próximos movimentos. A corrida já começou, e a meta agora é claro: diminuir a própria rejeição e aumentar a do adversário. O Brasil que se prepare.