
Imagine ter vivido quase um século e testemunhado as transformações mais radicais de uma cidade como o Rio. Pois é exatamente essa a perspectiva única de um homem que, aos 97 anos, resolveu abrir seu baú de memórias — e que baú!
O primeiro procurador-geral do Estado do Rio de Janeiro após a histórica fusão entre Guanabara e Rio em 1975 acaba de lançar uma obra que é muito mais que um livro: é um documento vivo da nossa história jurídica e política.
Das páginas amareladas para o presente
O projeto nasceu — acreditem — de um manuscrito originalmente redigido à máquina de escrever, guardado por décadas como um tesouro pessoal. Sua filha, é claro, teve papel crucial nessa redescoberta. Quem diria que aquelas páginas amareladas escondiam relatos tão preciosos?
O livro mergulha fundo no processo complexo da fusão entre dois estados, um marco que redefiniu não apenas mapas, mas identidades e estruturas de poder. E faz isso através dos olhos de quem estava no centro do furacão.
Mais que memórias: um legado
Não espere apenas datas e fatos secos. A obra traz análises profundas sobre o funcionamento do Ministério Público na época, os desafios de integrar duas culturas institucionais distintas e — pasmem — insights que soam assustadoramente atuais sobre justiça e administração pública.
O autor não se limita ao passado. Ele tece considerações sobre o presente do judiciário fluminense, com uma lucidez que muitos juristas jovens invejariam. Aos 97 anos, sua mente permanece afiada como uma lâmina.
Um presente para o futuro
O lançamento aconteceu num evento íntimo, repleto de emoção. Familiares, amigos e admiradores testemunharam não apenas o lançamento de um livro, mas a celebração de uma vida dedicada à justiça.
O mais fascinante? O manuscrito original, datilografado, estava guardado há décadas. Sua filha encontrou essas relíquias e percebeu imediatamente seu valor histórico — que sorte a nossa!
Esta obra não é apenas para juristas ou historiadores. É para qualquer carioca que queira entender como se construiu a identidade jurídica e política desta cidade maravilhosa — com todos seus percalços e conquistas.
Quem poderia imaginar que, quase 50 anos após a fusão, teríamos acesso a um relato tão pessoal e ao mesmo tempo tão institucional desse momento crucial? É como encontrar uma carta do passado endereçada ao futuro.