
Numa dessas ironias que só a política brasileira sabe produzir, o prefeito Eduardo Paes decidiu dar uma aula de realidade ao ministro da Saúde — e não foi exatamente com palavras doces. O clima? Digamos que mais tenso que fila de UPA em dia de gripe.
"Talvez precise abrir um curso de medicina pra ele entender como as coisas funcionam", soltou Paes, com aquele misto de sarcasmo e exasperação típico de quem já perdeu a paciência. E não é pra menos! A declaração veio após o ministro — que, convenhamos, parece viver numa bolha — sugerir que os municípios é que deveriam resolver a falta de profissionais.
O estopim da briga
Imagine a cena: enquanto o Rio enfrenta dias intermináveis com unidades de saúde fechadas por falta de médicos, o ministério joga a responsabilidade no colo das prefeituras. "É como culpar o passageiro se o avião cai", resmungou um assessor nos bastidores.
- Mais de 20 UPAs com atendimento limitado
- Filas que começam antes do amanhecer
- Profissionais sobrecarregados até o limite
Paes, que anda com os nervos à flor da pele (e quem não estaria?), disparou: "Isso aqui não é jogo de empurra-empurra. Enquanto ficam nessa discussão, o povo sofre". Duro, né? Mas será que exagerou? Bom, pelos comentários nas redes sociais, a população parece concordar com ele.
E o ministro, como reagiu?
Silêncio. Absoluto. Até agora, nenhuma resposta oficial — o que, convenhamos, só alimenta a imagem de distanciamento. Enquanto isso, nas ruas do Rio, a situação segue crítica. "Tô há três dias tentando consulta pro meu filho", contou uma mãe desesperada, em vídeo que viralizou.
Resta saber: será que essa provocação vai fazer o governo federal acordar pra realidade? Ou vamos continuar nesse teatro do absurdo? Uma coisa é certa — o prefeito mostrou que não vai ficar quieto enquanto a população paga o pato.