Numa fala que mistura indignação e ironia fina, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas — mais conhecido como Motta — soltou o verbo sobre a recente proposta da União Europeia que pretende taxar importações de países com políticas ambientais consideradas "frouxas". E não foi com meias palavras.
"Isso aí é puro protecionismo disfarçado de ecologia", disparou, durante evento em São Paulo. "Querem dar lição de moral enquanto subsidiam seus agricultores com bilhões de euros por ano? Hipocrisia pura."
O cerne da polêmica
Enquanto tomava um café expresso — forte como suas opiniões —, Motta detalhou sua crítica: a chamada "tarifação de carbono" seria, na prática, uma forma de "boicote velado" contra produtos brasileiros. "Já passou da hora de pararem de tratar o Brasil como quintal ambiental da Europa", resmungou, ajustando o relógio de pulso.
Dados do Ministério da Economia mostram que:
- O agronegócio responde por 26% do PIB nacional
- Mais de 66% do território brasileiro é preservado
- A produtividade agrícola cresceu 386% nas últimas décadas
"E ainda querem nos dar palpite?" — a pergunta ficou no ar, acompanhada por aplausos da plateia.
Repercussão imprevisível
Analistas ouvidos pela reportagem divergem. Enquanto alguns veem nas palavras de Motta um "patriotismo econômico necessário", outros alertam para o risco de isolamento comercial. "O Brasil não pode ficar refém de discussões ideológicas", comentou um especialista que preferiu não se identificar — coisa rara nesse meio.
Curiosamente, a polêmica surge num momento delicado:
- As negociações do acordo Mercosul-UE estão paradas
- O preço das commodities agrícolas oscila no mercado internacional
- O governo brasileiro prepara novo plano de sustentabilidade
Será que essa troca de farpas vai esfriar ainda mais as relações? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: Motta não é do tipo que fica em cima do muro.
