
Numa daquelas tardes em que o ar de Brasília parece carregado de decisões importantes, Lula deixou escapar um misto de teimosia e esperança. O presidente — sabe como é, né? — continua achando que sentar pra bater papo resolve mais que troca de farpas. Mas olha, não tá fácil não.
O jogo das cadeiras musicais
Enquanto o mercado financeiro faz cara de paisagem (aquela de quem já viu esse filme antes), o Planalto insiste na cartada do diálogo. "Acredito até o último minuto", disse o presidente, com aquela voz rouca de quem fuma cigarros e problemas há décadas. Só que, entre nós? O relógio tá ticando forte.
Do outro lado, a equipe econômica — esses caras de ternos caros e calculadoras no bolso — já começa a coçar a cabeça. Afinal, como conciliar:
- Contas que não fecham
- Promessas de campanha
- E um Congresso que muda de ideia mais rápido que vento em dia de temporal?
O elefante na sala
Não adianta fingir que não tá vendo: o tal do "tarifaço" seria remédio amargo pra desequilíbrio fiscal que persiste feito ressaca de final de ano. Mas convenhamos — ninguém quer ser o vilão da história. Daí o jogo de cena: "Vamos encontrar saída", dizem uns. "Já passou da hora", resmungam outros.
Nesse vai-e-vem, Lula parece apostar todas as fichas na velha arte da negociação. "Prefiro errar tentando conversar do que acertar no grito", disparou, num daqueles momentos em que até os repórteres mais casca-grossa arregalam os olhos.
Mas e aí? Dá tempo? A resposta — adivinha — tá no meio daquele emaranhado de interesses que faz a política brasileira parecer novela das nove. Fique de olho, porque essa história ainda vai dar pano pra manga.