
Numa fala que mistura ironia fina e firmeza política, o presidente Lula deixou claro que não vai se precipitar na resposta às ameaças de novas tarifas por parte dos Estados Unidos. "Essa guerra começa quando eu decidir rebater", disparou, com aquela pose de quem já viu muito barco descer o rio.
O tom, diga-se de passagem, não foi de quem pede licença. Mais parecia um jogador de xadrez avisando que o próximo movimento seria calculado com precisão cirúrgica. Afinal, como ele mesmo destacou, "não adianta ficar batendo boca com vento".
O jogo das cadeiras tarifárias
Enquanto o governo americano ameaça aumentar impostos sobre produtos brasileiros — especialmente aço e alumínio —, por aqui a estratégia parece ser de paciência estratégica. Lula, com sua experiência de sobra em negociações internacionais, sabe que timing é tudo nesse tipo de embate.
"Quando a gente responde na hora da raiva, só faz besteira", comentou, entre um gole de café e aquele sorriso maroto que os jornalistas já conhecem bem. E completou: "Vamos ver se essa ameaça vira realidade primeiro. Depois a gente conversa."
O xadrez geopolítico
Analistas ouvidos pela reportagem destacam que o Brasil tem cartas na manga nesse jogo. Com a China como principal parceiro comercial e a União Europeia sempre de olho em novos acordos, o país não está mais na posição de refém como em crises passadas.
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Curiosamente, enquanto isso, o dólar deu uma leve recuada nos pregões — como se o mercado financeiro também estivesse esperando para ver no que vai dar essa troca de farpas transatlântica.
Uma coisa é certa: nessa dança das cadeiras tarifárias, ninguém quer ficar sem assento quando a música parar. E Lula, velho raposa da política, parece saber exatamente quando levantar para dançar.