
Não é de hoje que o Brasil dança conforme a música do comércio global — e agora, com os acordes ficando mais agudos por causa das tarifas americanas, o governo Lula decidiu afinar o violino com a China. E não é pouco: é prioridade máxima, sem rodeios.
Os Estados Unidos, claro, sempre foram um parceiro relevante. Mas desde que anunciaram aquelas tarifas que deixaram todo mundo de cabelo em pé, o Planalto resolveu não ficar refém de um só mercado. "Tem que diversificar, né?", comentou um assessor presidencial, enquanto tomava um café requentado.
Por que a China?
Parece óbvio, mas não é só pelo tamanho do mercado chinês. A questão é que, enquanto os EUA apertam o cerco, Pequim está mais aberta que nunca — e o Brasil tem commodities que eles precisam como pão para a boca. Soja, minério de ferro, carne... a lista é longa.
"A gente já exporta bastante, mas dá para ampliar, e muito", diz um técnico do Itamaraty, que prefere não se identificar. "Só que tem um detalhe: os chineses não são bobos. Eles sabem que a gente está com as costas contra a parede."
O jogo das negociações
O que está em cima da mesa? De tudo um pouco:
- Redução de barreiras para produtos brasileiros
- Acordos setoriais em tecnologia e infraestrutura
- Parcerias em energia limpa (sim, os chineses estão investindo pesado nisso)
Mas calma lá — não é tão simples. "Tem que ter jogo de cintura", alerta uma fonte do Ministério da Economia. "Eles negociam duro, e a gente não pode sair perdendo."
Enquanto isso, nos bastidores, o governo já está preparando uma comitiva de peso para visitar Pequim nos próximos meses. Quem vai? Bom, dizem que até ministros que nunca pisaram na Ásia estão tirando o passaporte do armário.
E os EUA? Ficam de olho, é claro. Mas por enquanto, o Brasil parece mais interessado em abraçar o dragão do que em acalmar a águia.