
O clima entre Brasília e Washington está mais gelado que um inverno em Chicago. Com apenas oito dias para o início da nova tarifação sobre produtos brasileiros, o presidente Lula soltou o verbo durante coletiva nesta quarta-feira (24/07): "A Casa Branca não dá o menor sinal de que quer conversar", disparou, com aquela cara de quem já perdeu as esperanças.
E olha que a situação é séria. As taxas pesadas que os EUA pretendem aplicar podem virar um verdadeiro "tsunami econômico" para setores estratégicos da nossa indústria. Mas parece que do outro lado do hemisfério ninguém está muito preocupado com isso.
O jogo de empurra-empurra
Segundo fontes próximas ao Planalto, a equipe econômica brasileira já tentou de tudo - e-mails, telefonemas, até aquela mensagem pelo WhatsApp que fica com o temido "visto por último". Nada. O silêncio americano é tão ensurdecedor que até os diplomatas mais experientes estão coçando a cabeça.
"É como tentar marcar um encontro com um fantasma", brincou um assessor que preferiu não se identificar. "Só que no caso, o fantasma tem o poder de arruinar nosso comércio exterior."
O que está em jogo?
- Exportações de aço brasileiro podem levar um tombo de até 30%
- Produtos agrícolas sofrem ameaça de taxação extra
- Setor automotivo prevê prejuízos na casa dos bilhões
Enquanto isso, nos corredores do Itamaraty, o clima é de "esperar sentado". Alguns analistas arriscam dizer que os americanos estão usando a tática do silêncio como forma de pressão - aquela velha história de "quem fala primeiro, perde".
Mas tem um detalhe: o relógio não para. E quando a tarifação entrar em vigor no dia 1º de agosto, pode ser tarde demais para qualquer tipo de acordo. Será que ainda dá tempo de evitar esse desastre comercial? A bola, como dizem, está com os EUA.