
Numa tacada só, o presidente Lula resolveu hoje bater o martelo em duas questões que andavam tirando o sono do Planalto. E olha que não foi pouco: enquanto o Supremo dava cartão verde para as investigações do ministro Alexandre de Moraes, o Palácio do Planalto confirmou aquela jogada nas tarifas que tá dando o que falar.
"Hoje é dia sagrado da soberania", soltou o presidente, com aquela cara de quem acabou de desarmar uma bomba. E não é que ele tem razão? Depois de meses de bate-boca jurídico, o STF finalmente deu razão a Moraes - e olha que a turma do "quem manda aqui sou eu" não gostou nem um pouco.
O xadrez político
Pra quem não tá ligado no jogo de cena: o ministro Moraes virou alvo preferencial da oposição depois de mandar ver nas investigações. Só que hoje, pasmem, o Supremo fez coro com ele. "Isso aqui não é terra sem lei", disparou um dos ministros, enquanto a turma do "eu não sabia de nada" mordia a língua.
E não para por aí. Na mesma tacada, o governo confirmou:
- Aumento nas tarifas de importação para 100 produtos
- Medida vale para setores como veículos e produtos químicos
- Objetivo? Proteger a indústria nacional - ou pelo menos é o que dizem
"Tem gente que acha que soberania se ganha com discurso", ironizou Lula, enquanto ajustava o microfone. "Mas a gente prefere mostrar na prática."
E o povão?
Aqui é que a porca torce o rabo. Enquanto a galera do comércio exterior já começa a fazer as contas do prejuízo, a indústria nacional comemora como se tivesse ganho na loteria. "Finalmente!" comemorou um empresário do setor automotivo, que prefere não se identificar - afinal, ninguém quer ser o próximo alvo.
Já o cidadão comum? Bem, esse fica no meio do fogo cruzado. De um lado, o discurso de proteção ao emprego. Do outro, a conta que não para de subir. "Soberania é ótimo, mas e o meu bolso?" questiona uma dona de casa, enquanto faz as contas do mês.
Uma coisa é certa: depois de hoje, o jogo político no Brasil ganhou novos contornos. E se tem alguém sorrindo à toa, esse alguém está no Planalto - pelo menos por enquanto.