
O tribunal federal de Nova York virou palco de um embate que pode definir os rumos da economia americana — e, quem sabe, do mundo. De um lado, a política de tarifas do ex-presidente Donald Trump, que insiste em chamar de "a melhor negociação da história". Do outro, um coro de vozes dissonantes: empresários, governadores e até republicanos descontentes.
Nesta quarta, a Justiça ouviu argumentos que beiram o desespero. "É como tentar apagar um incêndio com gasolina", resumiu um executivo do setor automotivo, sob condição de anonimato. Os números? Assustadores. Desde 2018, as tarifas sobre aço e alumínio já custaram US$ 70 bilhões em prejuízos diretos às empresas americanas.
Os Estados contra a Casa Branca
Não são só os magnatas reclamando. Governadores de seis estados — alguns deles tradicionalmente republicanos — entraram na briga jurídica. "Isso aqui não é esquerda versus direita", disparou o procurador-geral da Pensilvânia. "É matemática básica: quando você aumenta custos, alguém paga a conta. E adivinha? São nossos eleitores."
O caso tem camadas dignas de cebola:
- As tarifas foram impostas em 2018 sob o argumento de "segurança nacional"
- Setores como agricultura e manufatura sofreram retaliações imediatas
- Analistas preveem efeitos em cadeia até 2026
Curiosamente, até a China — alvo principal das medidas — saiu ganhando em alguns nichos. "Ironia das ironias", comentou uma especialista em comércio exterior. "Enquanto brigamos, eles ocuparam espaços que eram nossos."
E o Brasil nessa história?
Pode parecer distante, mas o Brasil sente o baque. Nossos exportadores de aço já perderam 12% do mercado americano desde 2020. "É um jogo de xadrez onde as peças se movem sozinhas", filosofou um economista brasileiro.
O juiz responsável pelo caso — um nome conhecido por decisões polêmicas — deve se pronunciar em até 45 dias. Enquanto isso, Wall Street fica de olho. E o resto do mundo segura a respiração.