
Era para ser um alívio. Um sopro de esperança para quem vive no raio de sol que castiga o Norte e Noroeste do Rio de Janeiro. Mas, como diz o ditado, "o governo dá com uma mão e tira com a outra". A Presidência da República simplesmente engavetou o projeto que classificaria essas áreas como semiáridas — e, com isso, enterrou uma série de vantagens que poderiam mudar o jogo para agricultores e municípios.
Pra quem não sabe, entrar no mapa do semiárido não é só sobre status. É sobre grana. Muita grana. Isenções fiscais, linhas de crédito especiais, programas de convivência com a seca... Tudo isso ficou no papel. E olha que a proposta já tinha passado pela Câmara e pelo Senado, viu? Mas, no final das contas, esbarrou na canetada presidencial.
O que dizem os técnicos?
Os especialistas tão divididos. De um lado, tem quem afirme que a região realmente não bate todos os critérios técnicos — índice pluviométrico, umidade relativa do ar, essas coisas. Mas aí vem a pergunta que não quer calar: e o sofrimento da população, como é que fica? Porque não adianta olhar só para os números quando tem gente passando necessidade real.
- Perda estimada de R$ 120 milhões em investimentos só no primeiro ano
- 15 municípios diretamente afetados
- Mais de 200 mil pequenos produtores rurais sem acesso a benefícios
Não é como se fosse um pedido absurdo, sabe? Várias áreas com características parecidas já estão no programa. Mas parece que, para o Planalto, essa galera do interior fluminense vai ter que esperar mais um pouco — ou muito mais.
E agora, José?
Os prefeitos da região tão putos da vida, e não é pra menos. Alguns já falaram em recorrer, outros em pressionar por um novo projeto. Mas, entre nós? Com esse congresso fragmentado e o governo preocupado com outras brigas, as chances são pequenas. O jeito vai ser continuar na luta, como sempre.
Enquanto isso, o sol continua queimando as plantações, os reservatórios secando e a conta do diesel pra gerador aumentando. Mas, pelo menos, oficialmente, não é semiárido. Só parece.