
Brasília nunca foi só concreto e política. Agora, virou palco de uma discussão que mistura arte, lei e uma pitada de rebeldia. A exposição 'A Constituição em Xeque' chegou à capital federal e já está fazendo barulho — do bom tipo.
Não espere quadros bonitinhos ou esculturas tradicionais. Aqui, o visitante se depara com instalações que cutucam nossa compreensão da Carta de 1988. Uma sala simula um plenário do STF em realidade virtual; noutro canto, projeções mostram trechos constitucionais sendo 'rasgados' digitalmente.
Por que isso importa agora?
Num ano de eleições municipais e discussões acaloradas sobre direitos fundamentais, a mostra chega como um soco no estômago. Os curadores — um time misto de artistas e juristas — não querem respostas fáceis. Querem perguntas incômodas.
- O que significa 'direitos sociais' num país com filas no SUS?
- Como fica a liberdade de expressão na era das fake news?
- A nossa Constituição envelheceu bem ou precisa de um lifting?
Não é à toa que o público tá dividido. Enquanto uns saem da visita com os olhos brilhando, outros murmuram sobre 'desrespeito'. Um senhor de chapéu de pala chegou a discutir com uma estudante de direito no segundo dia — e virou até meme nas redes.
Detalhes que você não pode perder
A obra mais comentada? Um painel interativo onde visitantes podem 'reescrever' artigos constitucionais. O resultado é hilário e assustador: alguns sugerem privatizar até o ar que respiramos; outros propõem educação 100% gratuita — inclusive pós-doutorado.
E tem mais:
- Performance ao vivo com atores interpretando julgamentos históricos
- Mapa do Brasil mostrando onde a Constituição 'falha' em cada região
- Biblioteca com 30 propostas de novas constituições ao redor do mundo
Pra quem acha que arte não muda nada, um dado: no primeiro fim de semana, o número de buscas por 'como funciona uma emenda constitucional' subiu 240% no Google. Coincidência? A gente duvida.
Serviço: De terça a domingo, no Espaço Cultural Renato Russo. Grátis às quartas. Leve documento com foto — ironicamente, pra entrar numa mostra sobre direitos básicos.