
O corregedor da Câmara, conhecido por sua meticulosidade quase obsessiva, resolveu dar um passo atrás — ou melhor, pedir um tempo extra. A justificativa? Analisar denúncias contra deputados que transformaram o plenário em palco de protesto não é tarefa para se fazer com pressa. "Tem que catar cada fio dessa meia embolada", disse um assessor, misturando metáforas de forma deliberadamente caótica.
Os parlamentares em questão — alguns deles já veteranos em polêmicas — encenaram o que muitos chamaram de "ocupação performática" no mês passado. Cadeiras viradas, microfones disputados como se fossem troféus, e aquela velha história de "quem grita mais alto tem razão". Agora, o corregedor alega que o volume de documentos e vídeos é "desproporcional ao calendário" — ou seja, o prazo original não basta.
O jogo do empurra-empurra legislativo
Enquanto isso, na ala administrativa, rola um silêncio constrangedor. Alguns defendem que a demora é estratégica: "Quando esfria, ninguém lembra", comentou um funcionário que pediu para não ser identificado. Outros acham que é pura burocracia — daquelas que fazem até papel timbrado envelhecer antes de ser usado.
- Prazo original: 30 dias (já contados desde o ocorrido)
- Novo pedido: +15 dias, no mínimo
- Número de deputados envolvidos: Entre 12 e 15, dependendo de como se interpreta "envolvimento"
Curiosamente, ninguém fala em punições exemplares. O máximo que se especula são advertências por escrito — aquelas que viram enfeite de gaveta. "É como dar suspensão pra aluno que já repetiu três vezes", resmungou um jornalista do setor, enquanto ajustava o gravador.
E o plenário?
Voltou ao normal, é claro. Cadeiras alinhadas como soldados em formação, microfones obedientes, e aquele ar solene que some toda vez que as votações começam. Só ficou a lembrança — e os vídeos que, agora, o corregedor vai assistir em câmera lenta. Reza a lenda que ele pausa cada frame como quem caça fantasmas em fotos antigas.