
Em um cenário político cada vez mais competitivo, os partidos brasileiros estão adotando estratégias criativas para garantir sua sobrevivência nas eleições municipais de 2024. Com a cláusula de barreira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pressionando as legendas menores, a formação de federações partidárias se tornou uma jogada crucial.
O desafio da cláusula de barreira
Desde 2017, as regras eleitorais exigem que os partidos atinjam pelo menos 1,5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos nove estados, com mínimo de 1% em cada um. Quem não alcança esses números perde acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e TV.
Federações partidárias: a saída estratégica
Para driblar essas exigências, 14 partidos já formaram seis federações registradas no TSE. Essa tática permite que legendas menores se unam para somar desempenho eleitoral e recursos financeiros. Entre as principais alianças estão:
- Federação PSOL-REDE
- Federação PSDB-Cidadania
- Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV)
O jogo político por trás das federações
Especialistas apontam que essas alianças vão além da mera sobrevivência. "As federações são laboratórios para futuras coligações nas eleições presidenciais", analisa o cientista político João Pedro Costa. "Os partidos testam afinidades programáticas e capacidade de trabalho conjunto."
O prazo para registro de novas federações no TSE termina em 5 de abril, criando um clima de urgência nas negociações partidárias. Enquanto isso, legendas como Novo e Podemos optaram por seguir sozinhas, apostando em seu crescimento orgânico.
Impacto nas eleições municipais
Nas capitais e grandes cidades, observa-se uma divisão clara: partidos federados tendem a lançar candidaturas únicas, enquanto siglas independentes mantêm múltiplas pré-candidaturas. Essa estratégia pode definir o futuro de muitas legendas no cenário político brasileiro.